Panorama internacional

Acusação de espionagem contra editor-chefe da Sputnik Lituânia visa 'encobrir' ações de Riga

A acusação de espionagem da Letônia contra o editor-chefe da Sputnik Lituânia, Marat Kasem, visa "encobrir" as ações do país para restringir a liberdade de expressão, disse à Sputnik Anatoly Kapustin, chefe do braço russo da Associação de Direito Internacional, neste domingo (8).
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Kasem, um cidadão letão que trabalha na redação da Sputnik Lituânia, no grupo de mídia internacional Rossiya Segodnya, com sede em Moscou, foi detido durante uma viagem a Riga, capital letã, na última terça-feira (3), e enviado à Prisão Central de Riga dois dias depois sob a acusação de espionagem e violação de sanções da União Europeia (UE) contra a Rússia. O crime de espionagem é punido com até 20 anos de prisão no país.

"Esta é uma provocação e atividade ilegal, nosso país deve defender fortemente os direitos de um jornalista. Se um jornalista é detido por espionagem, então, como regra, todos imediatamente entendem que há uma acusação claramente provocada e forjada para encobrir a ilegalidade dessas ações para restringir a liberdade da atividade jornalística. Isso não pode ser justificado por nada", disse Kapustin, comentando a detenção de Kasem.

Logotipo da Sputnik em microfone e no fundo de estúdio, em foto publicada em 4 de junho de 2021. Foto de arquivo
Kapustin acrescentou que os tribunais letões têm tomado decisões politicamente motivadas nas últimas décadas. Por isso a Rússia precisa apoiar Kasem.

"Acho que precisamos apoiar nosso colega de todas as maneiras possíveis. Inclusive, como cidadão da Letônia, ele pode recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos [TEDH]. A Rússia precisa declarar abertamente que essa provocação visa restringir a liberdade de expressão e outras liberdades que são elementos da atividade profissional de um jornalista", disse o advogado.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse anteriormente que a detenção de Kasem é uma vingança dos regimes ditatoriais. O diretor-geral da Rossiya Segodnya, Dmitry Kiselev, afirmou que a detenção de Kasem foi um ato de vingança contra a mídia russa.
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