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Lula pressiona Múcio e comandantes das Forças Armadas por ação; não deverá haver trocas nos cargos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda-feira (9) com o ministro da Defesa, José Múcio, e comandantes das Forças Armadas para discutir os episódios de violência e invasão dos prédios dos três Poderes, em Brasília, no último domingo (8).
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No encontro, Lula reforçou a confiança que tem nos nomes indicados para o comando das Forças Armadas — o general Júlio Cesar de Arruda, do Exército, o almirante Marcos Olsen, da Marinha, e o brigadeiro Marcelo Damasceno, da Aeronáutica.
Segundo apuração do site UOL, porém, o presidente cobrou ação dos comandantes contra os atos golpistas. Contra ameaças à democracia, a orientação dada é que as forças de segurança não podem hesitar.
O portal relata que pessoas próximas afirmam que não há risco de trocas nos cargos, pois a medida aumentaria ainda mais a crise institucional. Mas o presidente os alertou que não aceitará inação.
A reunião ocorreu no Palácio do Planalto, com início às 10h00. Antes do encontro, Lula se reuniu com representantes do Legislativo e do Judiciário, também no Palácio do Planalto. Estavam presentes na reunião os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Rosa Weber (presidente do tribunal), Roberto Barroso e Dias Toffoli. O Legislativo foi representado pelo deputado federal Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.
Uma nota conjunta em repúdio à invasão dos prédios dos três Poderes e em defesa da democracia foi assinada e divulgada na reunião.
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À noite, foi a vez da reunião com os 27 governadores dos estados brasileiros e do Distrito Federal (DF) — representado por Celina Leão, vice-governadora, que assumiu o cargo após o afastamento de Ibaneis Rocha.
A capital federal foi palco de um violento protesto promovido por bolsonaristas radicais no último domingo (8). Eles marcharam pela Esplanada dos Ministérios até as sedes dos três Poderes, que foram invadidas e vandalizadas.
O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi exonerado do cargo por Ibaneis Rocha logo após o ataque. A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu a prisão de Torres por considerar sua atuação omissa em relação ao episódio.
Apoiador público de Jair Bolsonaro, de quem foi ministro da Justiça, Torres chegou ao cargo de secretário de Segurança Pública por indicação do governador do DF. Porém ele é acusado, além de omissão, de ser conivente com os atos promovidos por bolsonaristas radicais.
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Nesta segunda-feira (9), Torres, que está de férias nos Estados Unidos, publicou uma nota nas redes sociais rechaçando as acusações.
"Sempre pautei minha vida pelo respeito às leis e às instituições, fosse atuando como policial, como secretário de segurança ou como ministro da Justiça. Nesse sentido, lamento profundamente que sejam levantadas hipóteses absurdas de qualquer tipo de conivência minha com as barbáries que assistimos", diz a nota.
Também hoje o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o afastamento de Ibaneis Rocha do cargo de governador do DF por um período de 90 dias. Em sua decisão, Moraes considerou "dolosamente omissiva" a atuação do governador.
"Absolutamente nada justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos", escreveu o ministro.
Ibaneis divulgou uma nota, na qual reafirmou sua "inabalável defesa e crença nas instituições", repudiou os atos de violência, classificando-os de "cenas de barbarismo", e disse respeitar a decisão de Moraes.
"Respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes, mas reitero minha fé na Justiça e nas instituições democráticas. Vou aguardar com serenidade a decisão sobre as responsabilidades nos lamentáveis fatos que ocorreram em nossa capital", escreveu o governador.
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