"Os políticos europeus devem parar de enviar sinais confusos. A China depende das exportações para os mercados globais para impulsionar o seu crescimento. Ela está muito mais entrelaçada nas cadeias de suprimentos globais do que a Rússia, por isso, mostrar as consequências econômicas de um ataque com antecedência pode funcionar como um poderoso dissuasor", escreveu Rasmussen no jornal Financial Times.
"Para ser uma dissuasão eficaz, devemos dar a Taiwan as armas que precisa para se defender agora. Xi Jinping deve entender que o custo de uma invasão é simplesmente muito alto", observou.
Rasmussen chamou a atenção para a possível escalada em torno de Taiwan e as lições do conflito na Ucrânia para enfrentar Pequim. O ex-secretário-geral acredita que a maneira mais importante de dissuadir a China de agir em relação a Taiwan "é garantir uma vitória da Ucrânia no atual conflito". Caso contrário, a operação militar especial da Rússia definirá um "precedente perigoso", encorajando Pequim a "ganhar território e a estabelecer um novo status quo pela força".
A situação em torno de Taiwan agravou-se drasticamente no início de agosto do ano passado, após a visita à ilha da então presidente da Câmara dos Representantes norte-americana Nancy Pelosi. A China, que considera a ilha uma das suas províncias, condenou a visita de Pelosi, vendo nesse passo o apoio ao separatismo taiwanês, e retaliou com exercícios militares de grande escala.