Panorama internacional

China apela aos EUA e Japão para não transformarem a região da Ásia-Pacífico em ringue de luta

No mês passado Tóquio anunciou planos para aumentar em mais de duas vezes os gastos de defesa, o que está configurando para ser o maior incremento militar do país desde a Segunda Guerra Mundial.
Sputnik
As autoridades japonesas justificam os gastos se referindo às supostas ameaças regionais apresentadas pela China e Coreia do Norte.
Na sexta-feira (13) o Ministério das Relações Exteriores da China teceu duras críticas a Washington e Tóquio em meio às perspectivas de uma maior militarização da Ásia Oriental, apelando a ambos os países para evitarem fazerem de Pequim um "inimigo imaginário" e transformarem a região em um ringue de luta.
"A Ásia-Pacífico é uma âncora para a paz e desenvolvimento, não um área de luta para a competição geopolítica", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, em uma coletiva de imprensa.

"Os países da região são pela justiça e contra o hegemonismo. Eles esperam se envolver em cooperação, não em confronto. Eles aspiram ao verdadeiro multilateralismo e rejeitam pequenos círculos que incitam ao confronto entre blocos", acrescentou o porta-voz. Wang apelou aos EUA e Japão para "abandonarem" sua "mentalidade da Guerra Fria e preconceito ideológico" contra a China e "pararem de criar inimigos imaginários e cessarem de semear as sementes de uma nova Guerra Fria na Ásia-Pacífico, e não se tornarem disruptores de uma [região] Ásia-Pacífico estável".

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Wang também criticou as afirmações feitas em uma declaração conjunta nesta quarta-feira (11) pelo Comitê Consultivo de Segurança EUA-Japão em Washington, após reuniões dos ministros das Relações Exteriores e Defesa dos dois países, que delineou as supostas tentativas da China de "remoldar a ordem internacional" e "mudar unilateralmente o status quo pela força no mar da China Oriental" como motivo de preocupação.
"Eles afirmam defender um Indo-Pacífico livre e aberto, mas formam vários blocos excludentes para criar divisão e confronto. Eles afirmam defender a ordem internacional baseada em regras, mas espezinham o direito internacional e as normas básicas que regem as relações internacionais e interferem grosseiramente nos assuntos internos de outros países", disse Wenbin.
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