Conforme publicou o jornal The Telegraph, citando fontes do alto escalão do governo, a decisão do Reino Unido em relação ao JCPOA é uma represália contra a execução, no Irã, do ex-vice-ministro da Defesa com cidadania britânica-iraniana Alireza Akbari.
"Durante o tempo em que lidamos com isso, o cenário e a proposta mudaram completamente — em grande parte por causa do comportamento do regime iraniano", disse a fonte do governo.
No sábado (14), a imprensa iraniana divulgou que as autoridades do Irã executaram Akbari sob a acusação de espionagem para inteligência britânica. No mesmo dia, o chanceler do Reino Unido, James Cleverly, anunciou a convocação para consultas do embaixador britânico do Irã e a aplicação de sanções. Apesar de citar que mais medidas seriam aplicadas, Cleverly não citou ações relacionadas ao JCPOA.
Reator nuclear de água de Arak, ao sul da capital iraniana, Teerã, durante visita do então chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, em 23 de dezembro de 2019
© AP Photo / Organização de Energia Atômica do Irã / Handout
O acordo nuclear iraniano foi assinado, em 2015, por China, Alemanha, União Europeia, França, Reino Unido e Irã. O JCPOA previa a suspensão de sanções contra Teerã e compromissos das autoridades iranianas para garantir a redução das reservas de urânio do país, além de outras medidas.
Apesar disso, os EUA deixaram o acordo de forma unilateral, em 2018, dando início a uma nova crise. Desde abril de 2021, as partes no acordo retomaram negociações que se arrastam desde então.
No final de dezembro, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, afirmou que o novo texto do acordo estava pronto para ser assinado, mas a "procrastinação" de Washington estava impedindo que o acordo fosse finalizado.