Nesta terça-feira (17), o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, tiveram uma reunião em Brasília e do encontro saiu a informação de que as autoridades vão tentar encaixar na agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma reunião com comandantes das Forças Armadas do Brasil, segundo O Globo.
O encontro vem para apaziguar os ânimos e retomar a confiança do chefe do Executivo nos militares, uma vez que ele considera que os atentados em Brasília ocorridos no dia 8 tiveram conivência das forças.
A tensão do Palácio do Planalto está concentrada no comandante do Exército, general Júlio Cesar de Arruda, segundo a mídia. Entre integrantes do governo, há a leitura de que o próprio Exército não poderia ter permitido a permanência desses acampamentos.
Na semana passada, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse que os acampamentos a ação para desmontar os acampamentos foi "sustada por ordem do comando do Exército", conforme noticiado.
Entretanto, segundo Rui Costa, não é possível confundir ações individuais com a posição das instituições.
"Não podemos misturar isso [instituições de Estado] com eventuais comportamentos inadequados de um, de dois, de dez, seja a quantidade de pessoas que for, de instituições diferentes que tiveram ao longo desse período um comportamento que não deveria ter ocorrido", afirmou Costa.
Além do chefe da Casa Civil, participarão da reunião o comandante do Exército, Júlio Arruda, da Marinha, Marcos Oslen, da Aeronáutica, Marcelo Damasceno e o ministro da Defesa.
Ainda segundo a mídia, para tentar virar a página, Múcio deve levar a Lula pautas que possam superar o desgaste sofrido pelas forças e por ele próprio, uma vez que integrantes do governo o acusam de não ter atuado de forma mais efetiva para acabar com os acampamentos bolsonaristas.
Múcio levará demandas específicas do Exército, Marinha e Aeronáutica, em uma tentativa de empregar uma agenda positiva e de trazer mais recursos às forças: "A ideia é discutir com a Defesa e as Forças Armadas para modernizá-las. Queremos modernizar o investimento nas forças com formação de mão de obra, aumentar o investimento em Defesa, e queremos que esse investimento esteja alinhado com as políticas do governo", disse Rui Costa.