Treze membros do grupo Barjols, que planejava assassinar o presidente da França, Emmanuel Macron, começam a ser julgados nesta terça-feira (17), em Paris. A defesa alega que o plano era apenas um esboço, uma ideia sem qualquer pretensão de ser concretizada.
A procuradoria, por outro lado, quer provar que não há dúvidas de que a organização tentou eliminar o presidente, pois "os investigados tinham vários projetos visando atacar os fundamentos democráticos da nossa sociedade".
O problema, de acordo com a imprensa, é que os objetivos da organização não eram perfeitamente claros, e nada garante que os militantes estavam de fato determinados a protagonizar os atentados que planejaram.
O processo que tem início nesta terça-feira (17) tem o objetivo de determinar "até onde os Barjols estavam dispostos a colocar seus planos em prática".
O presidente francês, Emmanuel Macron, durante coletiva de imprensa com o presidente dos EUA, Joe Biden, na Sala Leste da Casa Branca, em Washington, em 1º de dezembro de 2022
© AP Photo / Susan Walsh
Os militantes do Barjols ganharam fama na França nos últimos anos por seus ataques contra imigrantes muçulmanos e mesquitas. Em 2018, de acordo com o órgão de inteligência do Estado francês, o grupo tentou assassinar Emmanuel Macron.
O ataque havia sido programado para ocorrer durante as comemorações do centenário do fim da Primeira Guerra Mundial, com a presença do chefe de Estado, no leste da França.
O funcionamento da organização se dava essencialmente nas redes sociais, escreve a Rádio França Internacional (RFI), acrescentando que os militantes expressavam abertamente o ódio por minorias.
Os extremistas estariam insatisfeitos com a política de imigração francesa, considerada excessivamente branda, e passaram a concentrar seus planos em um atentado contra o presidente.
Além da prisão dos membros determinados a protagonizar ataques, nos últimos anos a polícia francesa apreendeu armas e explosivos com alguns dos integrantes do Barjols.