A Alemanha nazista de Adolf Hitler pretendia capturar Leningrado em meados de 1941, e de modo rápido, como ocorreu com outras cidades europeias vítimas da Blitzkrieg (termo alemão para guerra-relâmpago).
Sua captura seria um troféu para Hitler, que tinha como objetivo vencer na cidade onde ocorreu a primeira revolução socialista. A conquista da cidade, portanto, era também simbólica.
Além disso, vencer em Leningrado significava destruir as grandes plantas industriais e militares soviéticas, dado que havia mais de 300 na cidade. A conquista daria ao vencedor um acesso seguro ao mar Báltico, onde também aconteciam confrontos.
Entretanto, incapaz de tomar a cidade após meses lutando, e diante da mobilização civil para construir linhas defensivas e da resistência obstinada do Exército Vermelho, Hitler decidiu deixar Leningrado sob bloqueio.
Ele imaginava que após o inverno, as forças soviéticas não teriam mais forças para resistir, e a cidade seria capturada e arrasada, com a população morrendo aos poucos de fome. Leningrado, entretanto, continuou resistindo.
Durante o cerco da Alemanha nazista à antiga capital da Rússia, morreram quase um milhão de civis e meio milhão de soldados.
O heroísmo das brigadas que transportavam suprimentos escassos de alimentos se tornou histórico. Caminhões e carroças atravessavam a única linha de vida da cidade: a "Estrada da Vida", estabelecida no gelo do lago Ladoga.
Lago Ladoga
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A operação Iskra
Na operação militar Iskra, Ivan Fedyuninsky, vice-comandante das forças do Exército Vermelho, tinha 302 mil homens sob seu comando, cinco vezes o tamanho das tropas alemãs em Sinyavino.
O esforço militar colossal foi realizado de 12 a 30 de janeiro de 1943. Após diversas operações para libertar a região da ocupação nazista, foi a missão Iskra que abriu um corredor e finalmente rompeu as linhas de defesa nazistas.
O operação também permitiu a criação de uma conexão terrestre entre Leningrado e as regiões centrais da Rússia, por meio da ligação ferroviária. Com a cidade abastecida e os soldados revigorados, a URSS ampliou sua ofensiva.
Em 12 de janeiro de 1943, após um bombardeio aéreo na madrugada e duas horas de barragem de artilharia, o Exército Vermelho invadiu as fortificações alemãs, obrigando o Exército nazista a se recolher nas trincheiras.
Marinheiros da Frota do Báltico da União Soviética conversam com garotinha órfã durante a evacuação de crianças de Leningrado, que estava sitiada
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/ Em 20 de janeiro, em meio aos confrontos, um corredor de terra com cerca de 10 km de largura ao sul do lago Ladoga foi limpo de forças inimigas, que se entrincheiraram nas colinas de Sinyavino, a 58 km a leste de São Petersburgo.
As tropas soviéticas começaram a esmagar as linhas alemãs, cruzando o rio Neva congelado. Para cruzar o Neva, os soldados do Exército Vermelho que atacavam as defesas inimigas avançaram em trenós equipados com escudos blindados.
Aos poucos, as tropas soviéticas foram avançando e consolidando a vitória que seria fundamental para a mudança nos rumos da Segunda Guerra Mundial, culminando com a derrota do líder nazista, em 1945.
Os alemães deixaram Sinyavino um ano depois, em janeiro de 1944, como parte de sua retirada em larga escala, admitindo sua grande derrota na Segunda Guerra Mundial.
Os partisans Leonid Fedorov, de 13 anos, e o agricultor I.V. Grishin durante uma patrulha na região de Leningrado em 1943
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