"As pessoas olham para a Amazônia verde, mas têm que olhar também para a Amazônia Azul, para os mares e oceanos, que garantem até mais oxigênio à humanidade", disse o almirante ao jornal.
"Em outras palavras, é uma conduta praticada pelo Brasil sem pedir autorização a quem quer que seja e que se torna a regra nas relações exteriores. No entanto o grande problema é que o Brasil é signatário da convenção de Montego Bay, a convenção internacional sobre o direito do mar, que estabelece o limite máximo [...] do mar territorial em 12 milhas náuticas, e o Brasil já segue esse limite", afirma o mestre em direito em entrevista à Sputnik Brasil.
"Em virtude de o Brasil ser signatário da convenção de Montego Bay, que é um tratado que manifesta o direito consuetudinário vigente sobre o [...] mar, certamente haverá divergências diplomáticas se o Brasil pretender ampliar os limites do seu mar territorial. Há países que podem se opor a essa proposta, mesmo porque eles poderão ingressar contra o Brasil no Tribunal Internacional do Direito do Mar [ITLOS, na sigla em inglês]", afirma o especialista.
"É importante lembrar que o Brasil possui uma Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas náuticas, contadas da costa brasileira. Assim sendo, o que exceder as 12 milhas náuticas, ou seja, as 188 milhas náuticas [348,2 km] subsequentes, ainda tem a aplicação das leis brasileiras. Apesar de não existir a soberania no que diz respeito a pesquisas científicas e explorações econômicas, só podem ser aplicadas as normas do Brasil", salienta o pesquisador.