Panorama internacional

'Quinta-feira dolorosa': Paris se prepara para protestos contra reforma da previdência (VÍDEOS)

Ferrovias, metrô de Paris, escolas e hospitais estão todos interrompidos por conta das marchas contra o plano de aposentadoria do governo francês.
Sputnik
De acordo com a agência Bloomberg, greves coordenadas por sindicatos franceses, com apoio dos partidos de esquerda, visam paralisar grande parte do país nesta quinta-feira (19) em um protesto contra os planos do governo de modificar o sistema previdenciário, testando a capacidade do presidente Emmanuel Macron de resistir à pressão das ruas.
Trabalhadores do setor ferroviário, funcionários de escolas, hospitais e controladores de voo vão participar da paralização de 24 horas contra o plano de Macron de aumentar a idade mínima de aposentadoria da França de 62 para 64 anos.
Em uma rara demonstração de unidade, os oito maiores sindicatos da França coordenaram esforços e as interrupções esperadas levaram o governo a instar as pessoas a trabalhar em casa. Ainda assim, o sucesso das greves deve ser medido, pelo menos em parte, pelo alcance das manifestações de rua. A expectativa tanto do sindicato Confederação Geral do Trabalho (CGT) quanto o chefe do Partido Comunista é de mobilizar pelo menos 1 milhão de pessoas no que deve ser apenas uma de uma série de ações de protesto.
"Este será o primeiro dia", disse o chefe da CGT, Philippe Martinez, à televisão France 2 na quarta-feira (18). "Quando dizemos isso, significa que haverá outros."
A decisão de Macron de avançar com sua reforma ocorre em um momento difícil para a economia francesa, que luta com os preços da energia que dispararam no ano passado e com a inflação que pesa sobre famílias e empresas. Em um esforço para construir um consenso, Macron estabeleceu a idade mínima de aposentadoria proposta em 64 anos, abaixo do plano inicial de colocá-la em 65, e os ministros do governo disseram que estão abertos a ajustes no plano durante os debates parlamentares.
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Para esta quinta-feira, são esperadas paralisações especialmente no setor de transportes. A maioria das viagens dos trens de alta velocidade já foi cancelada e uma fração ainda menor de trens regionais vai estar em serviço. Em Paris, a operadora de transporte público RATP alertou que três linhas de metrô vão ficar fora de serviço e a maioria das outras deve funcionar a menos da metade dos níveis regulares. De acordo com o órgão governamental responsável pela aviação civil, as companhias aéreas foram orientadas a cortar apenas 20% dos voos no aeroporto de Orly.
Outra paralisação importante é da equipe da Electricité de France, que reduziu a produção nuclear do país em 12% nesta quinta-feira, de acordo com a operadora de rede RTE, justamente em um momento em que uma onda de frio está aumentando e afetando a demanda por eletricidade. Para além disso, as greves estão interrompendo o fornecimento de combustíveis de três refinarias de petróleo operadas pela TotalEnergies SE, embora a empresa tenha dito que vai continuar abastecendo seus clientes e postos de gasolina. Eles também estão dificultando o carregamento de combustível na refinaria de Fos da Exxon Mobil Corp.
As interrupções combinadas confirmaram o aviso do ministro dos Transportes, Clement Beaune, de "uma quinta-feira dolorosa" para o governo francês.
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