Os países europeus enfrentam uma cadeia de abastecimento de terras raras que vêm desde a China, pela Rússia, e até a Europa, reportou no domingo (22) a agência norte-americana Bloomberg.
Os metais produzidos, minados na China, são um elemento crucial na produção de microchips, eletrônica e munições usados em armamentos produzidos na Europa, nota a mídia. A China produz 90% da terra rara usada na Europa.
"Terras raras, de origem chinesa, como o lantânio, são amplamente utilizadas pelos produtores ocidentais de armas para munições perfurantes de armamento. A maioria da demanda europeia por tungstênio, um metal pesado usado para armas antitanque fabricado pela Thales Air Defence Ltd. e Rheinmetall AG, é coberta pela China", escreve a Bloomberg.
Os dados citados também apontam para uma dependência cada vez maior. O volume anual exportado para a Europa subiu de menos de 10.000 toneladas em 2020 para cerca de 36.000 toneladas em 2022. O valor dos metais também explodiu, de cerca de US$ 10 milhões (R$ 56,42 milhões) em 2020 para US$ 377 milhões (R$ 2,13 bilhões) em 2022.
"É surpreendente que apesar de todas as sanções, esta cadeia de abastecimento ainda funcione. Isso sublinha a importância dessas terras raras e mostra o quanto dependemos delas", disse Michael Wurmser, fundador da empresa Norge Mining Ltd. Em julho de 2022 a União Europeia anunciou que essa rota não estava sujeita a sanções.
Neste momento, explica ele, a Europa está tentando diversificar suas cadeias de abastecimento.