Panorama internacional

Alemanha espera substituir gás russo por GNL próprio até 2026, mas nada garante que vai ser fácil

A Rússia interrompeu seu fornecimento de gás para a Alemanha em agosto de 2022, em um movimento que ocorreu em meio a sanções ocidentais contra Moscou, que foram aplicadas logo após o início da operação militar especial russa em andamento na Ucrânia.
Sputnik
Usando gás natural liquefeito (GNL), a Alemanha vai ser capaz de atingir o nível de regaseificação comparável em volume aos suprimentos de gás interrompidos da Rússia apenas em 2026, disse o Ministério de Assuntos Econômicos e Comércio da Alemanha em resposta a um pedido do Partido de Esquerda no parlamento alemão, o Bundestag.
A resposta obtida pela Sputnik inclui uma tabela onde o nível de regaseificação é indicado anualmente à medida que os projetos de construção de terminais de GNL são implementados na Alemanha.
Em 2023, o volume de entrada de GNL é estimado em 13,5 bilhões de metros cúbicos (bcm) anuais, enquanto em 2024 e 2025, 37 bcm e 49,5 bcm, respectivamente. Em 2026 os volumes de GNL devem ser na casa dos 56 bcm, de acordo com o ministério.
"Trata-se apenas de uma fase de planejamento, sujeita a vários riscos de implementação, alguns dos quais difíceis de calcular", sublinhou o ministério.
A Alemanha planeja construir um total de cinco terminais estatais flutuantes de GNL. Em setembro de 2022, o chanceler alemão Olaf Scholz afirmou estar orgulhoso do fato de a Alemanha se tornar independente do fornecimento de gás da Rússia graças às instalações de GNL.
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A declaração foi precedida pela gigante russa de energia Gazprom suspendendo as entregas de gás para a Alemanha indefinidamente no final de agosto de 2022, depois de dizer que havia encontrado problemas em um equipamento importante.
A medida ocorreu no contexto das sanções dos países ocidentais contra a Rússia que eles impuseram depois que Moscou lançou sua operação militar especial na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. A pressão de sanções do Ocidente sobre a Rússia levou a uma subida de preços de eletricidade, combustível e alimentos na Europa e nos Estados Unidos.
O presidente russo, Vladimir Putin, destacou que a política de contenção e enfraquecimento da Rússia é uma estratégia de longo prazo do Ocidente, e que as sanções foram um duro golpe para toda a economia global, um tiro saído pela culatra contra aqueles que as introduziram.
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