O representante governamental afirmou que, nos últimos oito a nove anos, mais de 500 incidentes "anti-húngaros" ocorreram na região, que concentra uma grande população húngara.
"Não sei se esses incidentes foram apoiados por Kiev. Mas nos últimos anos e semanas não houve tentativas de detê-los ou de assumir responsabilidades", disse Potapi em entrevista à emissora Hir TV, acrescentando que isso é inaceitável para um país que busca ingressar na UE — a Ucrânia teve seu status de candidato à adesão ao bloco aprovado em junho do ano passado.
O secretário também disse que nos últimos anos alguns monumentos húngaros foram profanados e na Transcarpátia (também conhecida como Zacarpátia), entre outras coisas, foram proibidos festivais públicos para celebrar feriados nacionais húngaros.
O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, durante entrevista coletiva no fim do Conselho de Associação UE–Ucrânia, no Conselho Europeu. Bruxelas, Bélgica, 5 de setembro de 2022
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As tensões entre a Hungria e a Ucrânia aumentaram devido à lei de educação ucraniana adotada em 2017, que restringiu às minorias étnicas do país o estudo em suas línguas nativas. Autoridades húngaras criticaram a legislação, dizendo que ela discrimina a minoria húngara que vive na parte ocidental da Ucrânia.
Na semana passada, a presidente húngara, Katalin Novak, disse que havia enviado uma carta ao presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, na qual expressava preocupação com a situação da minoria húngara na região da Transcarpátia, mas ainda não havia recebido resposta.