"Não permitiremos sanções que aumentem ainda mais a inflação húngara. O mais importante aqui é o preço da energia. Portanto, não permitiremos que o plano de estender as sanções à energia nuclear se concretize", disse Orbán à rádio Kossuth.
O político observou que Budapeste "não apoia" as sanções mas que, em certos casos, não interfere. Ao mesmo tempo, existem sanções que, segundo ele, são claramente prejudiciais aos interesses húngaros e onde o "veto deve ser usado".
Orbán espera uma "grande batalha em Bruxelas" sobre isso. Ele lembrou que 97 por cento dos participantes de uma pesquisa no seu país expressaram sua oposição à extensão das sanções à energia nuclear.
A Hungria possui uma instalação nuclear, a usina de Paks, construída segundo um projeto soviético. A instalação tem quatro reatores VVER-440 com uma capacidade de 2000 megawatts. De acordo com vários dados, a usina gera mais da metade de toda a eletricidade consumida no país.
Há nove anos, foi assinado um acordo sobre a construção de duas novas unidades geradoras VVER-1200 na usina de Paks. Foi relatado que a Rússia alocará à Hungria um empréstimo de até dez bilhões de euros (R$ 55,4 bilhões de reais) para o projeto Paks-2, enquanto o custo total dos trabalhos será de 12,5 bilhões de euros (R$ 69,2 bilhões de reais). Espera-se que o início da construção da segunda fase da usina Paks ocorra no outono europeu de 2023, já tendo sido obtida a licença de construção.
Anteriormente, o chanceler húngaro, Peter Szijjarto, afirmou que sem a usina nuclear de Paks é impossível fornecer energia ao país, por isso Budapeste não apoiará quaisquer sanções que tornem a cooperação russo-húngara em questões nucleares mais difícil ou impossível.