Sete Estados-membros da União Europeia (UE) estão se opondo aos planos da Comissão Europeia de financiar a indústria verde, escreve na sexta-feira (27) a agência britânica Reuters.
Em 17 de janeiro, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, disse que a UE prepara uma lei que usaria ajuda estatal e um Fundo Europeu de Soberania, além de uma "solução de ponte" de financiamento mais imediata, para evitar que as empresas se mudem para os EUA.
O objetivo de Bruxelas é permitir aos Estados-membros da UE competir na área da indústria verde com a China e os EUA. Em particular, a Lei de Redução de Inflação, assinada pelo presidente americano Joe Biden, é vista como incentivadora da instalação nos EUA de empresas que produzem veículos elétricos, baterias, turbinas de vento ou hidrogênio.
De acordo com uma carta datada de quinta-feira (26) vista pela agência, a Áustria, República Tcheca, Dinamarca, Eslováquia, Estônia, Finlândia e a Irlanda recusam novos esquemas de empréstimo conjunto da UE. A Alemanha, Bélgica e Países Baixos, apesar de não terem assinado a carta, são da mesma opinião.
Os dez países argumentam que os fundos existentes devem ser usados para esse propósito.
"Até agora, apenas cerca de € 100 bilhões [R$ 553,17 bilhões] do total de € 390 bilhões [R$ 2,16 trilhões] das subvenções do MRR [Mecanismo de Recuperação e Resiliência, composto pelos fundos da UE distribuídos entre os Estados-membros] foram utilizados", notou a carta dos sete países, acrescentando também que mais dinheiro poderia ser emprestado através do MRR.
Já a Alemanha, Bélgica e Países Baixos sugerem que a UE corte a burocracia nos investimentos e avance na União de Mercados de Capital, uma reforma no mercado de capital privado que não tem avançado muito desde 2014.
O próximo encontro da UE sobre a indústria verde ocorrerá em 9 e 10 de fevereiro.