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Morre Adriana Dias, pesquisadora pioneira sobre o neonazismo no Brasil

A antropóloga Adriana Dias morreu neste domingo (29), aos 52 anos, em São Paulo. Dias, que era doutora pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi uma das grandes pesquisadoras sobre o neonazismo no Brasil.
Sputnik
Conforme informou a Revista Fórum, Dias lutava contra um câncer cerebral nos últimos meses e havia passado por cirurgia recentemente.
Um estudo elaborado pela antropóloga apontou para o crescimento de 270,6% no número de grupos neonazistas no país em três anos, entre 2019 e 2021. Segundo o levantamento, há pelo menos 530 núcleos extremistas no Brasil — a maioria neonazistas — reunindo até dez mil pessoas.
Dias colaborou com os trabalhos do grupo de transição do Ministério dos Direitos Humanos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro Silvio Almeida publicou uma nota prestando homenagens à pesquisadora.
"Com pesar, recebemos neste domingo (29) a notícia do falecimento da nossa companheira Adriana Dias. Colaboradora do grupo de transição do governo Lula, Adriana foi figura importante na composição da nova gestão."
"Cientista, pesquisadora e doutora em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Adriana foi uma mulher com deficiência de referência para nós e nos estudos sobre neonazismo. Aguerrida ativista pelos direitos humanos, colaborou na efetiva denúncia de ações nazistas no Brasil. Feminista por ideologia, Adriana integrou a Frente Nacional de Mulheres com Deficiência. Foi também coordenadora da Associação Vida e Justiça de Apoio às Vítimas da Covid-19. Expressamos aqui nossa homenagem em agradecimento a essa grande mulher, e enviamos nossos sentimentos à família", disse ainda o ministro.
O Museu do Holocausto de Curitiba também homenageou a pesquisadora. "Adriana foi um ícone da luta antifascista no Brasil. Uma das pioneiras na pesquisa sobre o neonazismo no Brasil, ela foi responsável pelo maior mapeamento desses grupos no país", apontou.
"Sua pesquisa deu visibilidade e alertou constantemente sobre o crescimento de células neonazistas no Brasil. Por quinze anos, Adriana, etnografou as redes neonazistas, com destaque para seu uso político na internet", completou.
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