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'Vamos todos embora': presidente do Peru exige avanço nas eleições por rejeição do Congresso

Em meio a uma onda de protestos exigindo a renúncia da presidente do Peru, Dina Boluarte, o parlamento vai voltar a analisar um projeto de lei para antecipar as eleições gerais "tão esperadas pelo povo", que foi rejeitado pelo plenário do Congresso. A presidente também propôs uma reforma completa da Constituição de 1993.
Sputnik
O projeto atende formalmente à reivindicação dos manifestantes de que Dina Boluarte renuncie neste ano, e não em 2024 como aprovado pelo Congresso, e marca o primeiro turno das eleições para outubro de 2023 e a posse dos eleitos em 2024. Nesse contexto, a presidente se dirigiu ao povo e proclamou que, caso não haja consenso no Congresso, ela apresentaria duas iniciativas para consideração imediata.
"Congressistas, vocês têm que entender sua responsabilidade histórica. [...] Vocês têm a oportunidade de conquistar a confiança do país, atendendo a essa demanda tão esperada pelo povo peruano. Vamos dizer a todo o Peru, com a maior responsabilidade: vamos todos embora", anunciou Boluarte.
Ela explicou que a primeira iniciativa é uma reforma para garantir que as eleições sejam realizadas em 2023 e que o Congresso aprove outras regulamentações eleitorais antes de 28 de fevereiro. Segundo a esquerda, tal medida atenderia à demanda de tempo para adotar reformas eleitorais no momento que lhes convier.
Nesse sentido, a presidente explicou que a proposta do governo preconiza a redução do mandato presidencial, dos congressistas e dos representantes perante o Parlamento andino e que se disponha que a presidente convoque eleições gerais para o segundo domingo de outubro de 2023.
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Isso aconteceu ao mesmo tempo em que Boluarte propunha outra reforma completa da Constituição de 1993, aprovada no governo de Alberto Fujimori.
"É para encerrar de vez o debate sobre a reforma da Constituição. Tema que é permanentemente utilizado por algumas forças políticas para minar qualquer solução democrática para a situação atual", esclareceu.
A presidente acrescentou que a Comissão Constitucional do próximo Congresso vai ser chamada para tratar do assunto.
"Esse projeto se encaixa perfeitamente na expectativa de outro setor do Congresso que também quer fazer reformas políticas por meio de uma Constituinte. Não haveria mais pretextos para que isso acontecesse em 2023", afirmou. Ela salientou ainda que a iniciativa vai ser submetida a um referendo e que "todas as instituições poderão apresentar os seus contributos no desenho desta reforma", sublinhou.
Boluarte, então vice-presidente, assumiu o cargo no dia 7 de dezembro, após o afastamento de Pedro Castillo. As eleições estavam marcadas para 2026, quando Castillo, que assumiu o cargo em julho de 2021, deveria terminar seu mandato. Desde 10 de dezembro, começaram os protestos dos cidadãos pedindo a renúncia de Boluarte e eleições antecipadas para este ano. Mais de 50 pessoas perderam a vida em confrontos entre manifestantes e forças de segurança, segundo a Ouvidoria do Peru.
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