Nesta terça-feira (31), a China criticou a República Tcheca por ter aceitado os cumprimentos de Taiwan pela escolha do novo presidente do país, Petr Pavel. O ex-general da OTAN eleito no sábado (28) recebeu a ligação de sua homóloga taiwanesa, Tsai Ing-wen, pela vitória, felicitação que Pequim não observou como sendo adequada.
"O presidente eleito tcheco, [Petr] Pavel, ignorou as repetidas tentativas da China de dissuadi-lo e nossas repetidas representações. […] Ele persistiu em pisar na linha vermelha chinesa, interferindo seriamente nos assuntos internos da China e ferindo os sentimentos do povo chinês […] antes de sua eleição, Pavel declarou publicamente que o princípio de Uma Só China deveria ser respeitado, mas agora ele voltou atrás em suas palavras", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning Mao, a repórteres, segundo a Reuters.
Para o gigante asiático, a ligação de segunda-feira (30) entre os presidentes foi um avanço diplomático para a ilha, que não tem relações formais com Praga.
Foi um prazer parabenizar e falar com o presidente eleito Petr Pavel da República Tcheca. Estou ansiosa para aprofundar a ampla cooperação de Taiwan e a República Tcheca com base em nossos valores compartilhados de liberdade, democracia e direitos humanos.
Entretanto, o governo de centro-direita tcheco que chegou ao poder em 2021 tem procurado desenvolver relações com Taiwan, que é um parceiro de negócios em crescimento. No ano passado, uma delegação do país europeu visitou Taipé, em um movimento que também irritou Pequim, conforme noticiado.
Em resposta à China, Praga disse que como país soberano, tomava suas próprias decisões sobre com quem conversar e que a ligação não marcou uma mudança em relação à política de Uma Só China.
"A República Tcheca respeita e mantém sua própria política de Uma Só China […], mas como um país soberano, nós mesmos decidimos com quem temos ligações e com quem nos encontraremos", afirmou o primeiro-ministro tcheco, Petr Fiala, hoje (31).
Mas ao que tudo indica, a China realmente não gostou da aproximação entre os dois países e alertou Praga de "danos irreparáveis" aos laços entre as duas nações, e, segundo a mídia, esse pode ser um sinal de que Pequim está planejando medidas retaliatórias.