Panorama internacional

Economista-chefe do FMI: sanções à indústria de chips da China podem prejudicar economia global

Nesta segunda-feira (30), o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, declarou que as restrições comerciais à indústria de microchips da China podem ser prejudiciais à economia global.
Sputnik
A declaração de Gourinchas ocorreu após ele ser questionado, durante uma coletiva de imprensa, sobre o impacto de Japão e Países Baixos concordarem com a adoção de restrições como as dos EUA em relação à China na área de semicondutores.
"Nossa análise sugere que esse reshoring [retomada de atividades na indústria nacional] [...] seria algo que potencialmente poderia ser prejudicial à economia global", disse Gourinchas.
Segundo o economista, o FMI está analisando a situação no setor dos semicondutores e busca compreender as implicações para a economia global. Gourinchas enfatizou que sua análise inicial sugere que as ações dos EUA e de seus aliados não levarão necessariamente a um crescimento mais forte da economia global.
Os EUA chegaram a um acordo com o Japão e os Países Baixos para restringir o acesso da China a tecnologias avançadas de fabricação de semicondutores dos dois países. Nos termos do acordo, diversas empresas-chave do Japão e dos Países Baixos implementarão medidas de controle das exportações dos EUA adotadas por Washington em outubro do ano passado.
Funcionários chineses trabalham em uma instalação de produção de semicondutores
O novo acordo restringirá o acesso da China à tecnologia de semicondutores da empresa holandesa ASML e das empresas japonesas Nikon Corp e Tokyo Electron Ltd. O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, disse que não está claro se os Países Baixos divulgarão detalhes sobre o acordo.
Em outubro, o governo do presidente norte-americano, Joe Biden, ampliou os controles sobre a exportação de tecnologia de semicondutores dos EUA para a China para restringir a capacidade de Pequim de fabricar determinados microchips de ponta usados em militarmente. Pequim levou o assunto à Organização Mundial do Comércio (OMC), entrando com uma ação judicial contestando os controles de exportação dos EUA.
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