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Mídia: temendo tragédia, Lula ouviu Exército e decidiu vetar entrada da PM em acampamentos no DF

Logo após manifestantes serem retirados dos prédios dos três Poderes no último dia 8, houve um impasse entre Exército e integrantes da Polícia Militar sobre o desmonte dos acampamentos no DF. A problemática foi levada a Lula, que após receber outras informações ponderou e seguiu diretriz defendida pelos militares.
Sputnik
Com menos de um mês do ocorrido, detalhes sobre o dia 8 de janeiro, dia em que aconteceram as invasões em Brasília, ainda chegam à imprensa e ajudam a explicar o que aconteceu antes e logo após os atos.
Na noite do fatídico dia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva queria que o acampamento de bolsonaristas fosse imediatamente desmontado e as pessoas presas, no entanto, o presidente teria sido alertado que uma operação dessa sem planejamento prévio, poderia resultar em conflitos e mortes.
De acordo com a Folha de São Paulo, Lula teria recebido mensagem do próprio Exército afirmando que havia pessoas armadas nos acampamentos, o que poderia culminar em uma tragédia se a ação da Polícia Militar para o desmonte e prisões acontecesse ainda naquela noite.
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A sequência dos fatos foi a seguinte: a Polícia Militar havia recebido ordem do interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, para entrar na área militar e prender os manifestantes.
Entretanto, ao mesmo tempo, o Exército, sob o comando do general Gustavo Henrique Dutra, barrou o acesso dos policiais, posicionado três blindados Guarani e uma tropa de soldados em frente ao Setor Militar Urbano.
Dutra e Cappelli se encontraram então na Catedral Militar Rainha da Paz, em Brasília, logo após os bolsonaristas serem dispersados da Esplanada dos Ministérios e voltarem ao acampamento, no entanto, no encontro de emergência entre os dois não havia consenso do que fazer.
Com o impasse, Cappelli ligou para o ministro da Justiça, Flávio Dino, em busca de apoio para prender os manifestantes. Por sua vez, o general Dutra fez movimento semelhante e ligou para o general Gonçalves Dias, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, para argumentar que a melhor decisão seria realizar o desmonte na manhã do dia seguinte (9).
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Lula, que estava com Dias, recebeu o telefone e ouviu a interpretação do general Dutra sobre o que fazer com o caso. Com medo de uma tragédia, acabou acatando a sugestão do militar.
A mídia afirma que toda essa sequência de fatos ocorreu por volta das 21h00. Após a ligação, os ministros José Múcio Monteiro da Defesa; Rui Costa da Casa Civil e Flávio Dino foram ao Comando Militar do Planalto para discutir o assunto.
A reunião foi descrita, por participantes ouvidos pelo jornal, como tensa e com posições divergentes entre integrantes do governo. Por volta de meia-noite, as autoridades decidiram montar um plano para a retirada dos bolsonaristas na manhã de segunda-feira (9), conforme o aval de Lula e conforme foi feito.
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A conduta do Exército, que tolerou o acampamento desde a vitória eleitoral do petista, foi criticada por aliados do presidente por ser complacente com manifestantes radicais, uma vez que não desmontaram, desde aquele mês, a "morada" dos grupos em Brasília.
O general Dutra deve deixar o Comando Militar do Planalto em março, após o Alto Comando do Exército discutir as novas movimentações dos oficiais. Segundo a mídia, sua saída já estava acertada antes da demissão do ex-comandante Júlio César de Arruda e não tem relação direta com o acampamento.
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