Divulgado pelo portal Science Alert, os criadores do robô que foi inspirado em sementes de dente-de-leão afirmaram esperar que ele possa ser implantado para ajudar a mitigar a perda de polinizadores na natureza, como as abelhas.
O impressionante da tecnologia por trás do Fairy é que a luz pode ser usada para controlar a propagação de suas cerdas e fazê-lo levantar voo. Depois disso, o robô ultraleve viaja com o vento e pode ser disperso por grandes distâncias, assim como as sementes nas quais se baseia.
"O Fairy pode ser alimentado e controlado por uma fonte de luz, como um feixe de laser ou led", diz o microrrobista Hao Zeng, da Universidade de Tampere, na Finlândia. "Parece ficção científica, mas os experimentos de prova de conceito incluídos em nossa pesquisa mostram que o robô que desenvolvemos fornece um passo importante em direção a aplicações realistas adequadas para polinização artificial", afirmou o cientista.
Além de muito leve, o bot Fairy também é muito poroso em seu design, o que o ajuda a voar. Ele também é capaz de criar seu próprio anel de vórtice, assim como a semente de dente-de-leão, o que aumenta a aerodinâmica e garante que o dispositivo possa percorrer longas distâncias sem qualquer ajuda extra.
Na sequência de imagens é possível ver o Fairy reagindo à luz com seu mecanismo que mimetiza o funcionamento dos músculos ao abrir e fechar suas "asas"
© Foto / Jianfeng Yang/Tampere University
O robô é feito de filamento cerdoso, com as fibras individuais medindo apenas 14 mícrons de espessura. Conectando as cerdas está um atuador, uma tira dobrável controlada por luz que gerencia a abertura e o fechamento do bot de forma que possibilite certo controle de sua navegação, como uma vela de navio ou um músculo humano, entretanto, ele ainda não pode ser pilotado de forma direta como um drone.
"Superior às suas contrapartes naturais, esta semente artificial é equipada com um atuador macio", diz Zeng. "O atuador é feito de elastômero cristalino líquido responsivo à luz, que induz ações de abertura ou fechamento das cerdas após a excitação da luz visível."
Depois de testá-los em túneis de vento e sob luzes laser, Zeng e seus colegas imaginaram o uso de milhões de Fairy carregando pólen no vento, com a luz usada para direcioná-los para as árvores que precisam ser polinizadas. No entanto, muito mais trabalho precisa ser feito antes que isso aconteça.
Os pesquisadores estão procurando maneiras de controlar com maior precisão onde esses bots Fairy pousam e considerando como eles também podem se tornar biodegradáveis. O projeto está programado para continuar suas investigações até agosto de 2026, tendo iniciado em setembro de 2021.
"Isso teria um enorme impacto na agricultura global, já que a perda de polinizadores devido ao aquecimento global se tornou uma séria ameaça à biodiversidade e à produção de alimentos", diz Zeng.