Os nigerianos, de áreas do delta do rio Níger, em Ogale e Bille, alegam que a empresa é responsável pela poluição de suas fontes de água e pela destruição de seu modo de vida.
De acordo com os reclamantes, a capacidade de cultivo e pesca na região foi destruída pelos contínuos derramamentos de óleo das operações da Shell.
No total, indivíduos, igrejas e escolas fizeram 13.652 pedidos para que a gigante do petróleo elimine a poluição, que, segundo eles, devastou suas comunidades. Eles também exigem compensação financeira pelas perdas.
A Shell argumenta que as comunidades não têm legitimidade legal para forçá-la a limpar a região e que a empresa não tem responsabilidade pelo desvio clandestino de petróleo de seus oleodutos por gangues organizadas.
O processo contra a Shell corre enquanto a petrolífera se prepara para deixar o delta do Níger após mais de 80 anos de operações que renderam lucros substanciais.
Os advogados de defesa sustentam que os derramamentos de óleo mascaram uma tragédia humana em "escala extraordinária", com a "poluição ingerida pela população local causando sérios impactos à saúde e afetando as taxas de mortalidade.
O riacho, que é a principal fonte de água em Ogale para agricultura, consumo e pesca, foi gravemente poluído por contaminação por óleo, afirmam as reivindicações.
A Shell disse ao jornal The Guardian que a esmagadora maioria dos vazamentos relacionados às reivindicações de Ogale foi causada por interferência ilegal de terceiros, incluindo sabotagem de oleodutos.
A empresa afirma que o refino ilegal de petróleo bruto roubado também ocorre em larga escala nessas áreas e é uma importante fonte de poluição.
Trabalhador não identificado da Shell a bordo do navio de petróleo offshore Bonga, na costa da Nigéria, em 26 de dezembro de 2011 (foto de arquivo)
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