A tentativa do ex-presidente foi, segundo o senador, recusada e prontamente denunciada. O parlamentar concedeu as declarações em uma live e disse que amanhã (3) sairá uma entrevista com ele na revista Veja detalhando o caso.
"Eu ficava p*** quando me chamavam de bolsonarista. Vocês me esperem que vou soltar uma bomba. Sexta-feira [3] vai sair na [revista] Veja a tentativa de Bolsonaro de me coagir para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele, só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei", afirmou do Val na live.
O parlamentar também fez um post em seu Instagram (plataforma proibida na Rússia por extremismo) para reforçar o que havia declarado anteriormente, comunicando sua "saída definitivamente da política" uma vez que "não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, se os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma".
Plano era gravar áudio com Alexandre de Moraes
A matéria com a revista só sairá amanhã (3), porém, o jornal O Globo adiantou que, na entrevista, do Val afirmou que o ex-deputado Daniel Silveira – preso nesta quinta-feira (2) – lhe pediu para gravar uma conversa com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, que seria usada para anular o resultado das eleições.
Segundo a mídia, o plano articulado por Silveira na presença de Bolsonaro em uma reunião do dia 9 de dezembro do ano passado previa captar um diálogo comprometedor com o magistrado que serviria para prendê-lo e impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
O parlamentar relata que o ex-presidente teria dito no encontro que já havia acertado o suporte técnico à operação com o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Seriam utilizadas escutas de operações especiais. O presidente da República disse a Do Val que a armadilha "iria salvar o Brasil".
Ainda de acordo com o jornal, a escolha pelo nome do senador se deu pela sua relação de mais de uma década com Moraes. Do Val não respondeu prontamente e pediu a Bolsonaro e Silveira para pensar sobre o pedido.
Natural de Vitória (ES), Marcos do Val é um militar do Exército Brasileiro do 38º Batalhão de Infantaria. O senador de 51 anos foi eleito em 2018, no entanto, tornou-se famoso como instrutor de agentes de segurança pública e privada.
Com esta qualificação, do Val fundou o Centro Avançado em Técnicas de Imobilizações (CATI) e ofereceu cursos para agentes da SWAT, Nasa, FBI, Navy Seals e Vaticano, conforme consta no site oficial do parlamentar.