O secretário de Estado, Antony Blinken, decidiu adiar sua viagem à China, que estava programada para o início da próxima semana, após o Pentágono detectar um balão chinês sobrevoando o espaço aéreo norte-americano ontem (2), segundo a Bloomberg.
Mais tarde no dia de hoje (3), o Departamento de Estado norte-americano confirmou o adiamento da viagem, acrescentando que viajaria na primeira chance que tiver posteriormente.
"O secretário estava preparado para partir para Pequim esta noite [3], mas o secretário [Blinken] comunicou ao diretor do escritório central de relações exteriores, Wang Yi, no início desta manhã [3], que a viagem precisaria ser adiada, mas o secretário indicou que planeja viajar para China na primeira oportunidade, quando as condições permitirem.", disse um alto funcionário do órgão.
A ida do diplomata foi definida para ser a visita mais importante dos EUA à China desde 2018. Para o governo Biden, é parte de um esforço para evitar que a rivalidade com Pequim piore. Para os líderes chineses, o objetivo é sinalizar a emergência da China do bloqueio pandêmico pós-coronavírus e o desejo de se reconectar com o resto do mundo, diz a mídia.
Funcionários da Casa Branca e do Departamento de Estado não responderam imediatamente aos pedidos de comentários, mas a mídia afirma que o departamento convocou o encarregado de negócios chinês para maiores explicações.
O governo de Xi Jinping, nesta sexta-feira (3), através do seu Ministério das Relações Exteriores, disse que lamentava o ocorrido e que o balão era um dirigível formatado para fazer pesquisas climáticas, conforme noticiado.
O anúncio do Pentágono sobre o balão ontem (2) provocou protestos dos legisladores republicanos, com o deputado Mike Gallagher, presidente de um novo comitê da Câmara destinado a destacar a ameaça chinesa, dizendo que a presença do balão "deixa claro que as recentes aberturas diplomáticas com a China representam uma mudança substantiva na política".
Mas a China pediu "calma" para as apurações e alertou aos EUA contra "exagerar" o incidente. "Não temos intenção de violar a soberania e o espaço aéreo de outros países", disse o MRE chinês, acrescentando que "as partes relevantes lidem com o assunto de maneira fria".