Washington reconheceu de fato a falta de ferramentas eficazes de combate do Comando Conjunto de Defesa Aeroespacial da América do Norte (NORAD na sigla em inglês), disse na sexta-feira (3) à Sputnik Dmitry Stefanovich, pesquisador do Centro de Segurança Internacional do Instituto de Economia Mundial e Relações Internacionais (IMEMO na sigla em russo) e cofundador do projeto Vatfor.
Anteriormente, um porta-voz do Pentágono disse que um balão de espionagem foi detectado no céu dos Estados Unidos, os militares acreditam que pertence à China, o presidente Joe Biden foi informado sobre a situação e Washington entrou em contato com Pequim. Eles não se atreveram a derrubar o balão devido ao risco para civis. De acordo com o Pentágono, o objeto não é perigoso.
"Na situação atual, a divulgação pública do processo e o reconhecimento, de fato, da falta de ferramentas eficazes de combate do NORAD são interessantes. Provavelmente, no futuro podemos ver algumas mudanças nas abordagens à organização da defesa aérea do continente americano", disse Stefanovich.
O especialista observou que as conversas sobre o uso de balões para espionagem e outros fins começaram há muito tempo em conexão com a "miniaturização da carga útil", bem como com a "compreensão e modelagem mais profundas dos processos em diversas camadas da atmosfera".
"Em alguns casos, seu uso pode ser uma alternativa bastante eficaz, tanto para grupos de satélites quanto para a aviação especial", enfatizou ele.
"Em termos de contramedidas, tudo é bastante difícil: as armas da aviação de caça e da defesa antiaérea terrestre são projetadas para alturas mais modestas, enquanto gastar interceptadores da defesa antimísseis e defesa espacial em tais tarefas pode ser irracional, e pode mesmo haver problemas com a designação dos alvos", acrescentou Stefanovich.