No curso das investigações sobre a minuta encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, no começo do mês passado, a Polícia Federal encontrou diversas digitais no documento que ajudarão a entender melhor o caso.
De acordo com o G1, a equipe da PF está usando um sistema de identificação de digitais para checar a quem elas pertencem e, com isso, avançar nas investigações.
Segundo um investigador citado pela mídia, a perícia detectou "fragmentos de digitais de diversas pessoas" que manusearam o documento, batizado de "minuta do golpe" por propor a intervenção do governo federal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por uma comissão composta por onze pessoas, sendo oito militares.
Caso encontre mais digitais no documento do que as do ex-ministro, seu depoimento à PF será invalidado, uma vez que Torres declarou que recebeu o ofício de uma pessoa desconhecida e que o documento não teria nenhuma importância, tanto "que a trituraria", relata a mídia.
Segundo a mídia, na avaliação de investigadores, a minuta do golpe ganhou maior importância depois das revelações feitas pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES), já que os dois casos estariam conectados.
O senador disse ontem (2) que participou de uma reunião com ex-deputado, Daniel Silveira, e o ex-presidente, Jair Bolsonaro em Brasília no dia 9 de dezembro, na qual Silveira propôs que o senador gravasse uma conversa com Moraes para tentar dar um golpe de Estado.
Ou seja, segundo investigadores, Silveira tramava criar um fato que justificaria baixar o decreto da minuta do golpe.
"É mais uma peça deste quebra cabeça, e se encaixa" no roteiro do golpe, disse um investigador envolvido no caso.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que também prestou depoimento a PF, disse que a minuta encontrada "tinha na casa de todo mundo", tentando dar a entender que foi algo supérfluo, mas acabou levantando ainda mais investigações.