As refinarias indianas começaram a usar o dirham, a moeda dos Emirados Árabes Unidos, para pagar a maior parte do petróleo russo que compram através de comerciantes sediados em Dubai, segundo fontes citadas na agência britânica Reuters, citando fontes familiarizadas com o assunto.
Nova Deli não reconhece as sanções ocidentais impostas contra Moscou e não violaria essas restrições ao comprar petróleo bruto russo, mas os bancos e as instituições financeiras indianas estão sendo cautelosos na liquidação de pagamentos para não violar inadvertidamente as sanções, indica a mídia.
Apesar de as tentativas anteriores de executar os pagamentos em dirhams terem falhado, agora o Banco Estatal da Índia, o maior do país, está encarregado das operações. Ele exigiu que as empresas que procuravam fazer pagamentos em dólares fornecessem uma discriminação de todas as suas transações para evitar a violação do mecanismo de teto de preços.
O teto de preços de US$ 60 (R$ 309) por barril de petróleo russo, estabelecido pela União Europeia, o G7 e a Austrália, proíbe que as companhias de seguros e marítimas ocidentais, que sustentam grande parte do comércio global, facilitem os embarques de petróleo bruto russo para países terceiros se eles venderem em um preço acima do teto.
A medida é vista como duvidosa pelos comerciantes, que temem deixar de poder conduzir o comércio em dólares, e de poder começar a pagar pelo petróleo mais que o teto de preços, e está causando assim os comerciantes a buscar métodos alternativos de pagamento. Ela também poderia ajudar a própria Rússia a desdolarizar sua economia, sublinha a Reuters.
Anteriormente, Nova Deli disse que não estava preocupada com as ações antirrussas do Ocidente, e que continuaria comprando petróleo a todos. Em dezembro de 2022 o governo indiano também revelou que suas empresas não enfrentavam problemas no pagamento pelo petróleo, já que as restrições ocidentais não afetam os mecanismos dos acordos comerciais assinados com Moscou.