Panorama internacional

Em meio a tensões com China, Taiwan acelera desenvolvimento e produção de drones militares

Taiwan está acelerando o desenvolvimento e a produção de drones militares atraindo para isso empresas privadas, declarou na terça-feira (7) o chefe do Instituto de Pesquisa de Sistemas de Aviação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Chung-Shan (NCSIST, na sigla em inglês) Qi Lipin.
Sputnik

"Em resposta a atual ameaça do inimigo, e usando a experiência de desenvolvimento e uso de veículos aéreos não tripulados durante o conflito russo-ucraniano, vamos construir um poder de combate assimétrico de drones", afirmou Qi Lipin, citando pela Military News Agency.

Ele acrescentou que "o Ministério da Defesa de Taiwan está acelerando o desenvolvimento e a produção de drones de vários tipos".
A Agência Central de Notícias, por sua vez, cita-o dizendo que o NCSIST está trabalhando com empresas privadas de Taiwan para desenvolver protótipos de cinco tipos de drones para serem usados para fins militares, incluindo drones para lançamento de porta-aviões, drones de baseamento terrestre, drones com capacidade de detecção de alvos, drones de vigilância e drones em miniatura.
O cientista observou que a razão para a adaptação de drones de classe comercial para fins militares é que é possível disponibilizá-los para observação básica, não relacionada as operações de combate, muito mais rapidamente.
Qi Lipin explicou que o desenvolvimento de drones militares é um processo bastante longo, que pode levar de quatro a cinco anos devido às inúmeras demandas dos militares, mas os drones comerciais podem passar nos testes necessários e estar prontos para missões de reconhecimento militar em cerca de um ano.
Segundo ele, de acordo com o plano, protótipos de cincos drones devem ser recebidos no NCSIST já em 31 de julho de 2023.
O instituto será responsável por testá-los e ajudar as empresas privadas durante todo o processo e, depois de os drones passarem nos testes necessários, sua produção em massa pode começar no próximo ano.
Ele também afirmou que o instituto, por razões de segurança, exigiu que as empresas interessadas forneçam provas de que não são financiadas por empresas chinesas e não possuem ações em empresas chinesas, devem igualmente comprometer-se a não utilizar componentes produzidos na China continental ou em empresas chinesas.
Panorama internacional
'Não acho que China possa me dizer aonde ir', diz sucessor de Pelosi sobre potencial visita a Taiwan
A situação em torno de Taiwan piorou após a visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha em 3 de agosto de 2022, apesar dos protestos da China, que viu o apoio de Washington aos independentistas de Taiwan àquela viagem e acabou realizando exercícios militares em grande escala ao redor da ilha.
Os laços entre a China e a ilha de Taiwan foram rompidos em 1949, depois que as forças do partido nacionalista Kuomintang sofreram uma derrota na guerra civil contra o Partido Comunista e se mudaram para aquele arquipélago. As relações foram restauradas apenas no nível comercial e informal no final dos anos 1980. Desde o início da década de 1990, os partidos têm estado em contato através de organizações não governamentais.
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