O general Glen VanHerck, que chefia o Comando de Defesa Aérea da América do Norte e o Comando Norte dos Estados Unidos, confirmou que balões de espionagem chineses voaram no céu norte-americano pelo menos três vezes durante a presidência de Donald Trump, e uma vez anteriormente durante a administração Biden.
"Vou lhes dizer que não detectamos aquelas ameaças e há uma lacuna na consciência do domínio que devemos compreender", afirmou VanHerck em coletiva de imprensa, recusando a especificar a localização dos balões anteriores.
Mas acrescentou que a inteligência dos EUA identificou os voos anteriores após terem ocorrido, tendo o general descrito a façanha norte-americana através de "meios adicionais de coleta". VanHerck não ofereceu mais detalhes sobre se isso pode ser espionagem cibernética, interceptações telefônicas ou fontes humanas.
Trump negou ter havido três balões de espionagem chineses voando sobre os EUA durante sua administração, e jogou a culpa na equipe de Joe Biden.
"A situação do balão chinês é uma desgraça, tal como o show de horrores no Afeganistão e tudo mais que cerca a administração grosseiramente incompetente de Biden. Eles só são bons em trapacear nas eleições, e desinformação – e agora estão expelindo que um balão foi lançado pela China durante a administração Trump para tirar o 'calor' dos tolos lentamente movidos por Biden", escreveu o ex-presidente dos EUA em seu aplicativo Truth Social.
Os burburinhos sobre balão acontecem quando a Guarda Costeira dos EUA anunciou que impôs uma zona de segurança temporária nas águas de Surfside Beach, na Carolina do Sul, onde o balão foi abatido e onde mergulhadores da Marinha dos EUA estão tentando recuperar os destroços.
"Os detritos estão principalmente em 47 pés [14 metros] de água. Isso vai tornar a recuperação bastante fácil, na verdade. Planejamos [buscas] em águas muito mais profundas", disse VanHerck, acrescentando que os destroços "poderiam ter caído pelo menos em um raio de 7 milhas [11 km]".
Na semana passada, um balão chinês à grande altitude, que os EUA mantinham em vigilância, foi avistado sobre o estado americano de Montana antes de um caça F-22 tê-lo derrubado no sábado (4).
A China afirmou que a aeronave estava envolvida em pesquisa científica, entretanto o incidente provocou uma disputa diplomática, inclusive o adiamento de uma viagem do secretário de Estado, Antony Blinken, a Pequim, onde deveria se encontrar com o presidente chinês Xi Jinping.