O trabalho, que está relacionado com uma galáxia "muito especial", foi elaborado por uma equipe de cientistas liderada pela pesquisadora na área de astrofísica Marika Giulietti da Escola Superior Internacional de Estudos Avançados (SISSA, na sigla em italiano).
Os cientistas descreveram a galáxia como um "objeto misterioso e muito remoto", e "tão escuro que é quase invisível, mesmo para instrumentos de alta tecnologia".
Segundo os cientistas, a galáxia "invisível" formou-se 2 bilhões de anos após o Big Bang, que segundo os astrofísicos ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos e deu início ao nosso Universo.
Para um estudo mais detalhado da galáxia, os cientistas usaram uma técnica conhecida como lente gravitacional, usando objetos espaciais massivos, como aglomerados de galáxias. Essas "lentes" gigantes permitem ampliar e ver o que está escondido por trás delas. As observações foram feitas usando o grande telescópio terrestre ALMA, localizado no Chile.
A galáxia escura tem se escondido de nossos melhores instrumentos. Até agora.
O telescópio ALMA permitiu um estudo detalhado das propriedades anteriormente desconhecidas de uma galáxia rica em gás e poeira que era difícil de analisar.
"Galáxias muito distantes são autênticas minas de informação sobre a evolução passada e futura do nosso Universo", disse Giulietti, acrescentando que "nossas análises demonstraram que o objeto é muito compacto e, presumivelmente, inclui um número extremamente grande de estrelas jovens e de estrelas que ainda estão em formação". Detalha-se ainda que a velocidade de formação de estrelas nesta galáxia é cerca de 1.000 vezes superior à da Via Láctea.
A galáxia era quase indetectável por uma série de razões: é muito distante, muito compacta e está escondida por uma grande quantidade de poeira interestelar. É por isso que será muito útil o Telescópio Espacial James Webb da NASA, com seus instrumentos para monitoramento de radiação infravermelha visível mesmo através de aglomerados de poeira.