Operação militar especial russa

Jornalista dos EUA enxerga destinos diferentes para Brasil e países apoiadores da Ucrânia

A OTAN continua enviando equipamento bélico caro para a Ucrânia na esperança de tirar do poder o presidente russo Vladimir Putin, mas esse caminho pode levar a um impasse sangrento, escreve o jornalista Chris Hedges em um artigo para a revista Salon, que vê um destino favorável para o Brasil com todo o conflito ucraniano.
Sputnik
O perigo principal, segundo ele, é que o crescente fornecimento de armas às Forças Armadas ucranianas e a retórica acrimoniosa provocam um confronto direto com a Rússia, o que pode levar, por sua vez, a uma terceira guerra mundial.
"O conflito na Ucrânia é uma tentativa fracassada dos EUA de recuperar a hegemonia global", disse.
O apoio militar da Ucrânia, que inicialmente se limitava a munições e armas de assalto, agora inclui mísseis terra-ar Stinger, sistemas antitanque Javelin, sistemas de defesa aérea Patriot e tanques M1 Abrams. Além disso, os tanques alemães Leopard 2A6 estão se dirigindo a Kiev, recordou Hedges.
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Entretanto, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) se dá conta de que o novo equipamento não vai ajudar a mudar a situação na linha de frente. Os instrutores não vão ter tempo suficiente para treinar os militares ucranianos para lidar com tantas armas, disse o autor.
Além disso, Hedges tem certeza de que a principal razão pela qual os países ocidentais continuam apoiando a Ucrânia é o medo da Rússia. Apesar de toda a ajuda anterior, as forças do regime de Kiev estão esgotadas – milhares de pessoas foram mortas e feridas, 8% do parque imobiliário foi danificado e mais de 50% da infraestrutura energética foi destruída.
Hedges também acredita que o isolamento internacional da Rússia vai levar o mundo a um colapso econômico porque vai causar uma crise alimentar global e uma enorme inflação.
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Em vez do Ocidente, que será o primeiro a sofrer, a China, a Rússia, a Índia, o Brasil e o Irã vão suportar esta crise com relativa calma graças à redução da dependência do dólar. Os Estados Unidos, por outro lado, não têm nada a fazer, a não ser fornecer à Ucrânia sistemas de armas cada vez mais complexos e numerosos fundos, em uma tentativa de se salvarem, concluiu o jornalista.
Desde o início da operação especial russa, o Congresso norte-americano aprovou alocação de mais de US$ 113 bilhões (R$ 587 bilhões) como ajuda à Ucrânia. Três quintos deste montante, ou seja, US$ 67 bilhões (R$ 348 bilhões), foram alocados para despesas militares. No total, 28 países transferem armas para o regime de Kiev, e todos, com exceção da Austrália, do Canadá e dos EUA, se encontram na Europa.
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