Contudo, os procuradores afirmam que a investigação do caso MH17 não tem evidências suficientes para iniciar novos julgamentos.
"Embora muitas novas informações tenham sido descobertas sobre diversas pessoas envolvidas, as evidências são pouco concretas para se poder iniciar novos julgamentos", afirmaram os procuradores.
Um avião de passageiros Boeing 777-200ER, da companhia aérea Malaysia Airlines, que realizava o voo MH17 de Amsterdã, nos Países Baixos, a Kuala Lumpur, Malásia, caiu em 17 de julho de 2014 no leste da Ucrânia.
O incidente resultou na morte de 298 pessoas. Os destroços queimados da aeronave foram descobertos em um território de mais de 15 quilômetros quadrados controlado pelos grupos armados da proclamada República Popular de Donetsk (RPD). Segundo uma versão inicial, o avião foi abatido por um míssil terra-ar ou ar-ar.
O processo judicial relativo ao incidente teve início nos Países Baixos em 9 de março de 2020. Em dezembro de 2021, o Ministério Público holandês anunciou a acusação e exigiu a pena de prisão perpétua para os quatro acusados, um cidadão ucraniano e três russos que serviam na RPD, apresentados como um grupo organizado culpado da catástrofe do avião e da morte das 298 pessoas a bordo.
Em 21 de julho de 2014, o Conselho de Segurança da ONU aprovou por unanimidade a Resolução 2166 sobre a queda do Boeing, exigindo a realização de uma investigação independente da tragédia. Já que a maioria dos mortos eram cidadãos holandeses, os Países Baixos obtiveram o direito de investigar as circunstâncias do incidente em cooperação com a ONU, IAC, OACI, Malásia, Austrália, Alemanha, EUA e Reino Unido.
Em 13 de outubro de 2015, os especialistas do consórcio russo Almaz-Antei, fabricante do lançador de mísseis Buk, apresentaram à mídia resultados de um experimento de simulação da catástrofe aérea feito no âmbito de sua própria investigação da queda do MH17.
De acordo com dados do consórcio, o Boeing poderia ter sido derrubado por um míssil da versão antiga 9М38 do Buk, descomissionada pela URSS em 1986, enquanto o Exército ucraniano ainda os utilizava no momento da queda do MH17. Além disso, o consórcio determinou a trajetória do míssil: conforme o experimento simulado, o projétil foi lançado a partir da povoação de Zaroschenskoe, ocupada no momento do incidente pelas Forças Armadas da Ucrânia.
Contudo, no decorrer da investigação todas as provas da versão defendida pela Rússia foram ignoradas. Segundo a versão dos investigadores internacionais, este lançador de mísseis teria sido entregue aos combatentes do leste ucraniano. As conclusões foram feitas com base em testemunhos de moradores locais apresentados pelo lado ucraniano.
Os representantes oficiais da Rússia negaram repetidamente as alegações sobre o envolvimento russo na queda do avião malásio no leste da Ucrânia. Desde o início, a Moscou não foi permitido o acesso a nenhuma das etapas da investigação, tendo todas suas imagens de satélite e de radares russos sido descartadas também.