Quaoar faz parte dos cerca de 3.000 corpos menores que orbitam ao redor do Sol, para além de Netuno. Trata-se do sétimo maior. De acordo com a ESA, as observações do astro, realizadas entre 2018 e 2021, revelaram que ele tem um anel situado mais longe do que os cientistas acreditavam possível.
Cheops da ESA encontra um anel inesperado em torno do planeta anão Quaoar
No entanto, o anel descoberto é um belo mistério, pois segundo o pensamento convencional todo o material que o compõe deveria ter-se condensado e formado uma pequena lua, algo que não aconteceu.
"Os primeiros resultados sugerem que as temperaturas gélidas de Quaoar podem impedir que as partículas geladas se adiram entre si, mas é necessária mais pesquisa", afirma o comunicado.
Isto pôs em causa o chamado limite de Roche, que, de acordo com a Sociedade Espanhola de Astronomia, consiste na menor distância a que pode estar um corpo que orbita em torno de outro maior e manter-se inteiro em virtude só da sua coesão gravitacional.
Um exemplo disso são todos os anéis de Saturno, que estão dentro do limite de Roche.
"Como resultado de nossas observações, a noção clássica de que os anéis densos sobrevivem apenas dentro do limite de Roche de um corpo planetário deve ser revista em profundidade", disse Giovanni Bruno, do Observatório Astrofísico de Catania, na Itália.
"Então, o que é tão intrigante sobre essa descoberta em torno de Quaoar é que o anel de material está muito mais longe do que o limite de Roche", acrescentou.