A primeira-ministra da Moldávia, Natalia Gavrilita, apresentou sua demissão nesta sexta-feira (10), apenas um ano e meio após assumir o cargo. A decisão implica na renúncia automática de todo o quadro ministerial de seu governo.
Gavrilita anunciou sua renúncia em coletiva de imprensa, sem especificar os motivos de sua decisão. Porém ela citou a pressão exercida no cargo por conta do conflito na Ucrânia.
"Caros cidadãos, após um ano e meio como chefe deste governo, chegou o momento de eu anunciar a minha demissão", disse Gavrilita, acrescentando que sua gestão se deu "em um regime de crise contínua".
Gavrilita ressaltou que seu governo contou com o apoio de parceiros internacionais, mas não da população do país. Inúmeras pesquisas de opinião realizadas na Moldávia indicavam que cerca de 70% da população estava insatisfeita com a atuação de Gavrilita e cerca de 65% eram favoráveis a uma proposta de mudança de governo.
Segundo Gavrilita, a Moldávia está iniciando uma nova etapa em sua história, focada no processo de integração com a Europa, para iniciar, até o fim deste ano, as negociações de adesão à União Europeia e garantir a segurança do país, inclusive no campo da energia.
A presidente da Moldávia, Maia Sandu, afirmou que tomou conhecimento da renúncia de Gavrilita, agradeceu seu trabalho como primeira-ministra e informou que vai iniciar consultas para apontar um substituto para o cargo.
O nome escolhido por Sandu terá 15 dias para apresentar ao Parlamento sua equipe e programa de governo, conforme determina a legislação do país. Ele precisará do apoio de pelo menos 51 dos 101 parlamentares para assumir o cargo.
Gavrilita ascendeu ao cargo de primeira-ministra em agosto de 2021, e desde então sua equipe de governo foi reformulada cinco vezes.