A agência de risco norte-americana Moody's Investors Service cortou a classificação de crédito da Ucrânia pela segunda vez desde o começo da operação especial da Rússia, segundo indicou na sexta-feira (10) a agência norte-americana Bloomberg.
A Moody's citou "desafios duradouros" para a economia ucraniana e as finanças públicas em meio à operação especial da Rússia. Ela agora classifica a Ucrânia como tendo o nível Ca, o segundo mais baixo existente. A Moody's também mudou a perspectiva de negativa para estável.
"Estes desafios aumentam os riscos para a sustentabilidade da dívida do governo, tornando muito provável uma reestruturação da dívida, com perdas significativas para os credores do setor privado. A perspectiva estável reflete riscos equilibrados no nível de classificação Ca, o que é consistente com uma recuperação em caso de calote, tipicamente na ordem de 35% a 65%", avaliou a agência de classificação internacional.
Tanto a S&P Ratings quanto a Fitch Ratings, após a promulgação de um acordo com os credores para adiar o pagamento da dívida, elevaram em agosto de 2022 a classificação de crédito do país, que seria de inadimplência. A Fitch classifica a Ucrânia como CC, dois níveis acima de calote, enquanto a S&P a rotula três níveis acima dele, e com uma perspectiva estável.
Os detentores de obrigações concordaram em agosto em adiar o pagamento de cerca de US$ 20 bilhões (R$ 101,74 bilhões) de capital soberano e juros devido às necessidades de gastos relacionados à guerra.
A Ucrânia tem cerca de US$ 23 bilhões (R$ 119,95 bilhões) pendentes em títulos internacionais, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Em 2022 os títulos em dólar ucraniano desvalorizaram 77% para os investidores, o pior desempenho do mundo, de acordo com um índice da agência.