Panorama internacional

Presidente polonês diz que, sem fornecimento de armas ocidentais, Ucrânia pode ser derrotada

A Rússia pode derrotar a Ucrânia caso o Ocidente e seus aliados não forneçam assistência militar urgente a Kiev, disse o presidente polonês, Andrzej Duda, neste domingo (12).
Sputnik

"Sim, eles podem, se a Ucrânia não receber assistência urgente", disse Duda ao jornal francês Le Figaro, quando perguntado se a Rússia poderia vencer o conflito ucraniano.

O líder polonês acrescentou que os países ocidentais devem enviar equipamentos militares para a Ucrânia nas próximas semanas.
Os países do Ocidente têm fornecido à Ucrânia vários tipos de sistemas de armas, incluindo mísseis de defesa aérea, sistemas de foguetes de lançamento múltiplo, tanques, artilharia autopropulsada e canhões antiaéreos desde que a Rússia lançou sua operação militar especial na Ucrânia no dia 24 de fevereiro de 2022.
Em abril de 2022, Moscou enviou uma nota aos Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) condenando a constante assistência militar a Kiev depois que a Rússia iniciou sua operação militar especial na Ucrânia. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, alertou que qualquer carregamento de armas em território ucraniano seria "alvo legítimo" para as forças russas.
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Aumento do Orçamento de Defesa

Duda acrescentou que a Polônia vai aumentar seu orçamento de defesa para mais de 4% do produto interno bruto (PIB) do país em 2023 para fortalecer suas capacidades de defesa.

"O Exército polonês está expandindo suas capacidades defensivas. Estamos comprando armas. Em 2023, mais de 4% do PIB serão destinados à defesa", disse Duda, acrescentando que esse valor é o dobro do padrão da OTAN.

Em 2022, o orçamento de defesa da Polônia foi de 2,4% do PIB. Varsóvia planejava aumentá-la para 3%, ou cerca de US$ 28 bilhões (cerca de R$ 146 bilhões), em 2023. Ao mesmo tempo, a Polônia já gastou mais de 1% de seu PIB no fornecimento de armas e equipamentos militares para a Ucrânia, segundo dados oficiais.
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Cooperação com a OTAN

O número de militares dos EUA destacados na Polônia dobrou nos últimos dois anos, chegando a quase 10.000, acrescentou o presidente polonês.
No final de 2020, a mídia relatou cerca de 5.000 soldados norte-americanos estacionados na Polônia.

"Fizemos tudo para ingressar na OTAN, precisamente para receber a garantia do Artigo 5 do tratado [da OTAN][...]. Hoje, com o fortalecimento da presença da OTAN no flanco oriental, quase 10.000 soldados dos EUA estão posicionados em nossa terra", disse Duda.

A OTAN tem reforçado seu flanco oriental ao longo das fronteiras com a Rússia e Belarus desde o final de 2021, enviando tropas adicionais. Em resposta ao lançamento da operação militar especial de Moscou na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a OTAN reforçou ainda mais o flanco enviando mais navios, aviões e tropas terrestres para a região e colocando-os em alerta máximo.
O Artigo 5 da OTAN, que estabelece que qualquer ataque a um membro da aliança "é considerado um ataque contra todos os Aliados", tornou-se um assunto de discussão ativa depois que um míssil caiu na Polônia e matou duas pessoas em novembro de 2022.
Embora a OTAN e os Estados Unidos tenham concluído que o míssil não foi lançado da Rússia, Varsóvia continua falando sobre a importância das garantias estabelecidas no dispositivo.
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