Este tanque foi revelado pela primeira vez na feira internacional de defesa Eurosatory, em junho de 2022. Se o governo alemão aprovar a entrega, a empresa vai lançar a produção dos novos tanques dentro de 15-18 meses.
Importante: o tanque não é novo, mas modernizado
Este tanque pode ser chamado de novo com algumas reservas. O fato é que o KF-51 foi criado na base do casco, motor e transmissão do tanque alemão Leopard 2. As novidades no tanque são a torre, o canhão L52 de 130 mm com carregador automático e aparelhos.
Mais uma novidade é um lançador para os drones de ataque israelenses Hero-120 e seu próprio quadricóptero de reconhecimento.
É provável que a Rheinmetall tivesse desenvolvido este tanque para modernizar radicalmente os tanques Leopard 2 existentes, que foram produzidos na quantidade de 3.563 unidades. O antigo Leopard 2 é desmontado na fábrica, no casco são instalados um novo motor, transmissão, uma nova torre e novos equipamentos – o resultado é o KF-51.
Os projetistas alemães tentaram melhorar o poder de combate do tanque. Enquanto o Leopard 2 pode fazer fogo de precisão com um alcance de 3.000-3.500 metros, o novo canhão de 130 mm duplica o alcance dos tiros de precisão até 6.000-7.000 metros.
Em comparação, o tanque russo T-90 Proryv pode fazer fogo de precisão com um alcance de 5.000 metros. É por isso que os anteriores tanques alemães já eram muito inferiores ao novo tanque russo e era necessária uma modernização. Portanto, seria mais correto considerar o KF-51 uma modernização do Leopard 2.
3 de fevereiro 2023, 13:20
Um tanque que foi atingido até pelo Talibã (organização sob sanções da ONU por atividade terrorista)
Os novos tanques na Europa são frequentemente anunciados de uma forma que exagera suas características. O KF-51 é frequentemente considerado o melhor e mais protegido.
No entanto, a experiência em combate mostra que todos os tanques podem ser atingidos e destruídos. O Leopard 2, semelhante em blindagem ao KF-51, lutou no Afeganistão e na Síria contra um inimigo que não tinha nem tanques modernos nem mísseis antitanque modernos. Como resultado, no Afeganistão o Talibã destruiu seis tanques dinamarqueses e três canadenses, enquanto na Síria, na batalha pela cidade de Al-Bab, foram destruídos até dez tanques turcos e muitos foram danificados, dos 30 veículos envolvidos na luta. Metade deles foram atingidos por mísseis antitanque guiados da era soviética.
Há poucas razões para acreditar que o KF-51 vai ter melhor desempenho contra tanques e mísseis antitanque mais avançados do que havia no Afeganistão e na Síria.
O KF-51 também tem uma fraqueza na projeção frontal – uma grande fenda entre o casco e a torre, ocupando cerca de 20% da área da projeção frontal. O tanque norte-americano M1A1 Abrams também tem esta fraqueza. O impacto de um projétil de fragmentação altamente explosivo nesta fenda cria uma força de ruptura entre o casco do tanque e a torre, resultando pelo menos na quebra do mecanismo de rotação e no encravamento da torre, poderá mesmo arrancar a torre.
No mínimo dentro de 3 anos
O KF-51 só poderá ser usado em combate no futuro. Na verdade, neste momento tudo o que temos é uma peça de exposição e folhetos promocionais.
A Rheinmetall promete iniciar a produção dentro de 15-18 meses após a decisão do governo alemão, ou seja, dentro de cerca de um ano e meio. Depois disso, levará pelo menos seis meses para produzir o primeiro lote. Em seguida, levará tempo para treinar os tanquistas ucranianos, entregar os tanques à Ucrânia, implantar as unidades de tanques e atingir sua prontidão de combate.
Mesmo que o governo alemão aprove a iniciativa da empresa agora mesmo, vai levar cerca de três anos para que as primeiras subunidades com KF-51 alcancem a prontidão de combate. Portanto, os novos tanques alemães podem simplesmente não conseguir chegar a tempo a este conflito.
Pergunta: quantos podem ser produzidos?
O Leopard 2 foi produzido entre 1979 e 2015 a um ritmo médio de 98 veículos por ano. Se assumirmos que o KF-51 é feito a partir do casco do antigo Leopard 2, com a substituição do motor, transmissão e instalação de uma nova torre e equipamento, então podemos presumir que a Rheinmetall pode produzir cerca de 120-150 novos tanques por ano ou 60-70 tanques em seis meses. É muito pouco para que as Forças Armadas da Ucrânia tenham qualquer esperança real de sucesso.
Seja como for, acontece que a proposta feita pelo chefe da empresa industrial-militar alemã encoraja mais os ucranianos do que pode realmente os ajudar.
A Rheinmetall é uma empresa famosa. Fabricou armas antes e durante a Segunda Guerra Mundial. A Rússia já teve oportunidade de se familiarizar com os produtos do grupo no campo de batalha. As inovações não a assustam. Ao contrário, é interessante verificar se o KF-51 é tão forte quanto foi escrito sobre ele no jornal alemão Handelsblatt.