Nesta terça-feira (14), o Parlamento Europeu bateu o martelo sobre a questão e aprovou a lei que proibirá efetivamente a venda de carros novos a gasolina e diesel na União Europeia a partir de 2035 visando políticas em prol do meio ambiente.
De acordo com a Reuters, as regras exigirão que, até 2035, as montadoras atinjam um corte de 100% nas emissões de CO2 dos carros novos vendidos, o que tornaria impossível a venda de novos veículos movidos a combustíveis fósseis nos 27 países-membros do bloco.
A lei também estabelecerá um corte de 55% nas emissões de CO2 para carros novos vendidos a partir de 2030 em relação aos níveis de 2021, muito acima da meta existente de 37,5%.
No que diz respeito a vans, os automóveis devem cumprir um corte de 100% de CO2 até 2035 e um corte de 50% até 2030, em comparação com os níveis de 2021.
"Os custos operacionais de um veículo elétrico já são mais baixos do que os custos operacionais de um veículo com motor de combustão interna", disse Jan Huitema, principal negociador do Parlamento sobre as regras, acrescentando que é crucial trazer veículos elétricos mais acessíveis para consumidores.
Muitas montadoras europeias anunciaram investimentos em eletrificação. O presidente-executivo da Volkswagen, Thomas Schaefer, disse no ano passado que a partir de 2033 a marca só produzirá carros elétricos na Europa.
Entretanto, a lei encontrou resistência de alguns setores e países quando foi proposta em julho de 2021. Como resultado, o acordo final inclui algumas flexibilidades, permitindo que pequenas montadoras que produzem menos de 10.000 veículos por ano podem negociar metas mais fracas até 2036.
Dificuldade para acordo Mercosul-UE
A medida poderá ser benéfica para Europa e para o meio ambiente, mas no âmbito do acordo Mercosul-UE trará uma desvantagem, visto que, um dos pontos acordados é o fim da taxação de carros vendidos aos países do Mercosul e que são produzidos na Europa. O pacto prevê a abolição de metade dessa taxa assim que o tratado entre em vigor.
Assim que ratificada, a alíquota de 35% diminuirá para 17,5%. Então, após sete anos, o percentual se reduzirá gradativamente até zerar, segundo o Estadão. O tributo deverá ser extinto por completo em 15 anos, após o Mercosul e a União Europeia assinarem o acordo, entretanto, a regra só vale para carros europeus com motor a combustão, os elétricos ficarão de fora.
Ou seja, com os europeus começando realmente a investir em carros elétricos, o que chegará com taxas reduzidas aos países mercosulinos com a taxa totalmente zerada será apenas carros que ficarão "velhos" e vistos como poluidores.