Varsóvia "enfrenta uma pressão significativa da União Europeia (UE)" para continuar comprando petróleo russo. No entanto, o país argumenta que a necessidade de abastecimento se deve ao pagamento de multas contratuais em caso de interrupção do contrato, bem como ao fato de metade de suas importações serem redirecionadas para a Ucrânia.
Com base na informação do jornal, o chefe de gabinete da presidente da Comissão Europeia, Bjoern Seibert, salientou, enquanto os embaixadores da UE discutiam o décimo pacote de sanções contra a Rússia, que "um dos Estados-membros da UE continua a receber petróleo através do ramal norte do oleoduto Druzhba", pelo que esta violação "terá de ser discutida com o país".
Como aponta o jornal, o trecho norte do gasoduto abastece a Alemanha e a Polônia. Mas não houve pedidos de petróleo russo da Alemanha desde janeiro de 2023, de acordo com o Ministério da Economia. No final de maio de 2022, os dois países prometeram "parar de importar petróleo russo até o final do ano".
A necessidade de assumir tais obrigações é explicada pelo fato de que o embargo ao fornecimento de petróleo russo, que entrou em vigor no início de dezembro, se aplica apenas ao transporte marítimo. No decurso das negociações entre a Hungria, a Eslováquia e a República Checa, conseguiu-se que os Estados sem litoral possam "temporariamente" continuar a obter petróleo russo através do ramo sul de Druzhba.
Embora Varsóvia não negue o fato de continuar a receber o fornecimento de petróleo russo, o porta-voz do governo se recusa a fazer comentários oficiais. No entanto, ele se referiu a um comunicado de imprensa da refinaria de petróleo polonesa PKN Orlen, que disse estar pronta para "remover completamente o petróleo russo se novas sanções forem impostas".
Enquanto isso, o governo polonês sustenta que um contrato de fornecimento de petróleo de longo prazo pode ser rescindido sem pagamento de penalidades contratuais apenas no caso de os oleodutos também estarem sujeitos a sanções.
"No entanto, a Hungria não aprovará tais sanções em nenhum caso", adverte o veículo.