Viktor Orbán, primeiro-ministro da Hungria, advertiu no sábado (18) a Europa que ela poderia acabar entrando em um confronto armado direto com a Rússia se seguir enviando armas cada vez mais mortíferas para a Ucrânia.
O líder húngaro lembrou que a Alemanha começou enviando capacetes para a Ucrânia e agora está reunindo batalhões de tanques e falando de caças a jato.
"Em breve ouviremos falar sobre [enviar] as chamadas tropas de manutenção da paz. Se você suprir armas, fornecer dados via satélite, treinar soldados de uma das partes em guerra e ter todo o seu governo empregado por você, enquanto impõe sanções à outra parte, seja lá como você chama, mas está em guerra", disse Orban.
A Hungria tem fornecido assistência humanitária aos ucranianos desde o início do conflito em fevereiro passado, mas tem se recusado repetidamente a dar-lhe armas.
"O governo húngaro não compartilha a opinião de que a Rússia representa uma ameaça para a Hungria e para o resto da Europa. Quando falamos de armas nucleares, a guerra na Ucrânia não aumentou nem diminuiu a ameaça de que elas poderiam ser usadas. Os ucranianos estão tentando convencer a Europa de que os russos não vão parar até que estejam na costa atlântica, mas [...] o mundo pode ver que o Exército russo não está em condições, e não terá tempo em breve, de atacar a OTAN", argumentou ele.
O primeiro-ministro sugeriu que o conflito na Ucrânia termine na mesa de negociações o mais rápido possível, devido aos seus custos, e que seria errado para a Hungria colocar os interesses da Ucrânia acima dos interesses de seu próprio povo. Ele citou os custos do abandono do petróleo, do gás e da energia nuclear russos como prejudicando a economia nacional.