A Bloomberg informou neste domingo (19), citando dois diplomatas não identificados, que o Irã está mais perto do que nunca de atingir níveis de enriquecimento de urânio para produzir armas nucleares.
O Irã admite publicamente até agora ter enriquecido urânio a 60% para produção de energia nuclear, sendo que é necessária uma pureza de 90% para produzir armas nucleares.
Os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) estão tentando determinar se Teerã fez a mudança deliberadamente ou se foi um "acúmulo não intencional dentro da rede de tubos que conectam as centenas de centrífugas de rotação rápida usadas para separar os isótopos", disse a publicação.
Um dos diplomatas consultados pela Bloomberg afirmou que o Irã não apresentou a papelada necessária para declarar sua intenção de aumentar os níveis de enriquecimento em duas instalações nucleares, em Natanz e Fordo.
O outro diplomata observou que mesmo que o material tenha se acumulado acidentalmente, como já aconteceu no passado, isso mostra os problemas associados às atividades do Irã na produção de urânio altamente enriquecido.
Em 6 de março, a AIEA apresentará seu relatório trimestral de salvaguardas sobre o Irã ao seu conselho de administração, que vai se reunir em Viena, na Áustria.
A AIEA está ciente dos recentes relatórios da mídia relacionados aos níveis de enriquecimento de urânio no Irã. O diretor-geral, Rafael Grossi, afirma que a AIEA está discutindo com o Irã os resultados das recentes atividades de verificação da Agência e informará o Conselho de Governadores da AIEA conforme apropriado.