O presidente dos Estados Unidos inicia uma visita de dois dias à Polônia nesta segunda-feira (20), durante a qual vai se encontrar com os líderes do flanco oriental da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e vai falar sobre o conflito na Ucrânia.
"A visita à Polônia será a culminação dessa campanha sem precedentes de ataques retóricos à Rússia [...]. Ele vai tentar dizer que a Rússia se opõe não apenas aos EUA e à OTAN, mas à ordem mundial em geral. Esta é a mensagem norte-americana mais importante deste ano: que os Estados Unidos da América têm que recuperar a liderança no [Hemisfério] Sul global. A perda dessa liderança é de grande preocupação para Washington", disse o especialista.
Segundo ele, o discurso de Biden pode também incluir apelos para que o povo russo seja ativo em protesto contra a operação especial na Ucrânia.
"É difícil dizer se Biden vai mostrar interesse nas negociações, com certeza algo será dito sobre isso, alegando que a Rússia não permite que estas negociações sejam iniciadas", concluiu Mezhuev.
Alguns analistas chineses são solidários com este ponto de vista. Por exemplo, de acordo com o especialista militar chinês, Song Zhongping, implementar com sucesso as negociações de paz não está nos planos dos EUA.
"As múltiplas rodadas de conversações entre a Rússia e a Ucrânia no último ano que não alcançaram resultados significativos provaram que, mesmo que Moscou e Kiev cheguem a algum acordo, Washington vai se envolver imediatamente e arruinar todo o processo", disse Zhongping para o jornal Global Times.
Segundo o analista político da Universidade Normal do Leste da China, Cui Heng, o principal objetivo da viagem de Biden à Europa neste momento é marcar os pontos políticos em seu próprio país, no âmbito das próximas eleições.