Conheça detalhes do Tratado Novo START entre EUA e Rússia suspenso por Putin

Nesta terça-feira (21), o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que a Rússia está suspendendo sua participação no Tratado Novo START.
Sputnik
O novo tratado entre a Rússia e os EUA de redução de armas estratégicas foi assinado em 8 de abril de 2010 em Praga, na República Tcheca.
O Tratado de Redução de Armas Estratégicas substituiu o Tratado START, assinado em 1991 e, depois de entrar em vigor, também substituiu o Tratado sobre Reduções Estratégicas Ofensivas de 2002.
Paralelamente à assinatura do tratado pela Rússia, ocorreu o anúncio unilateral sobre a defesa antimísseis.

Propósito do Tratado

O Novo START foi firmado exclusivamente com o propósito de proporcionar o equilíbrio e garantir a segurança dos países.
O acordo atual previa que cada lado reduza seus arsenais nucleares de tal maneira que em sete anos, e no futuro, o número total desse armamento não ultrapasse 700 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês) instalados, 1.550 ogivas instaladas e 800 sistemas de lançamento implantados e não implantados.
De acordo com os especialistas, a restrição jurídica de 1.550 ogivas não ocorreria de fato, pois não foi estipulada conforme a quantidade de projéteis que podem ser transportados pelos bombardeiros pesados.
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Um bombardeiro pode transportar, dependendo do tipo, entre 12 e 24 mísseis ou bombas. Sendo assim, a quantidade real de ogivas seria de aproximadamente 2.100 para a Rússia e de cerca de 2.400 para os EUA, que têm um pouco mais de aeronaves pesadas.
Contudo, devido a retirada de serviço das forças nucleares das aeronaves americanas B-1B, este número de ogivas deveria ser reduzido.
A principal diferença do antigo tratado é que este novo acordo não impõe restrições de área de ação e quantidade de sistemas móveis de mísseis, como Topol, Topol-M e Yars.
Além disso, ele proíbe o armazenamento destas armas em outros territórios, a não ser os territórios nacionais, além de não restringir o desenvolvimento dos sistemas de defesa contra mísseis balísticos dos EUA.

Tratado entra em vigor

Em 5 de fevereiro de 2011, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e a chefe do Departamento de Estado dos EUA, Hillary Clinton, trocaram as ratificações do acordo que, por sua vez, entrou em vigor.
O documento tinha validade de dez anos, com a possibilidade de ser estendido por acordo mútuo entre as partes por mais cinco anos.
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Em 5 de fevereiro de 2018, a Rússia demonstrou ter cumprido plenamente o acordo, possuindo 527 vetores de mísseis balísticos intercontinentais instalados, 1.444 ogivas instaladas e 779 vetores instalados ou não.
Por sua vez, os EUA também anunciaram ter atingido os níveis acordados, contudo, através de exclusão ilegítima e unilateral de armas estratégicas, declaradas como "reequipadas", ou seja, adulteraram a quantidade de armas, ultrapassando em 101 unidades a quantidade acordada.

Tratado não atende aos interesses dos EUA

A administração Trump acreditava que o acordo não atendia aos interesses dos EUA, e insistiu em um novo tratado com o envolvimento da China, ou a extensão do acordo com novas condições.
Moscou aceitou estender o tratado sem quaisquer condições e com a manutenção dos arsenais nucleares existentes, contudo Trump rejeitou a iniciativa.
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Em 16 de outubro de 2020, o presidente russo, Vladimir Putin, propôs a extensão do tratado sem quaisquer condições por um ano.

Rússia e EUA chegam a um acordo

Em janeiro de 2021, Rússia e EUA chegaram a um acordo para prorrogar o acordo Novo START. No mês seguinte, o documento, que prevê a redução de armas nucleares, foi assinado e entrou em vigor. Esse foi o primeiro grande acordo entre a Rússia e o presidente norte-americano Joe Biden.
O Novo START é o único mecanismo de controle de armas nucleares firmado entre os EUA e a Rússia. O documento foi prorrogado por cinco anos, até 2026, no início da administração de Joe Biden.
A Rússia e os EUA começaram negociações sobre as condições de um futuro tratado de limitação de armas nucleares, mas o diálogo foi interrompido após o início da operação militar especial russa na Ucrânia.
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