Cerca de um ano após o início do conflito ucraniano, a Ucrânia começou a se aproximar gradualmente do Ocidente, à medida que as partes aceleravam a adesão do país à União Europeia.
Para aderir à UE, o governo ucraniano deve cumprir as sete maiores exigências do bloco europeu, entre elas erradicar a corrupção, acabar com a lavagem de dinheiro e melhorar o sistema legal, que são de prioridade máxima.
O combate à corrupção é uma das principais atividades declaradas pelo presidente ucraniano Vladimir Zelensky, mas será difícil erradicar a corrupção durante o conflito militar, acredita o jornal.
A história da corrupção profundamente enraizada na Ucrânia pode ser traçada desde os anos 90. Após o colapso da União Soviética e do sistema econômico planejado, a introdução da economia de mercado levou à especulação financeira e a uma corrupção desenfreada.
"E, graças à corrupção desenfreada, os oligarcas entraram na política ucraniana. Como resultado, a corrupção se tornou uma doença crônica da Ucrânia. Desde então, funcionários, parlamentares e oligarcas deram as mãos para desviar enormes quantidades da riqueza nacional", aponta o artigo.
Em 2013, de acordo com a revista Forbes, os ativos combinados dos 100 ucranianos mais ricos eram de cerca de US$ 130 bilhões (R$ 671,8 bilhões), que representavam 80% do PIB da Ucrânia.
Após uma série de revoluções pró-ocidentais, campanhas anticorrupção foram repetidamente lançadas, mas todas foram malsucedidas devido aos vínculos entre funcionários e oligarcas.
"Como o conflito chegou a um impasse, muitos funcionários e ricos ucranianos ignoraram os interesses nacionais, desviando fundos militares e armas para encher seus próprios cofres", diz a edição.
Segundo o jornal, Zelensky precisa da "vitória sobre a corrupção" para provar que a Ucrânia é digna de confiança e para dissipar as dúvidas do Ocidente e, em consequência, obter mais ajuda financeira.
Porém, enquanto os oligarcas se infiltraram e corromperam a política ucraniana, eles também formaram enormes grupos de interesse graças ao capital ocidental acumulado.
Portanto, o artigo diz haver grandes dúvidas se Zelensky tem a coragem de "realmente empurrar uma campanha anticorrupção".
Em 28 de fevereiro de 2022, o presidente ucraniano Vladimir Zelensky assinou uma solicitação de adesão à União Europeia. Os chefes de Estado e de governo da UE, na cúpula de 23 de junho em Bruxelas, aprovaram a concessão à Ucrânia e à Moldávia do status de candidatas à adesão. Para iniciar as negociações, os países precisam atender a uma série de condições, incluindo reformas e reforço da luta contra a corrupção.