A capacidade limitada de produção da indústria de defesa dos EUA é responsável pelos atrasos nas vendas de armas para Taiwan, disse um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano.
"Como eu caracterizaria isso, é que fornecemos vendas militares estrangeiras realmente significativas para Taiwan, e que há desafios do lado da produção", declarou na sexta-feira (24) aos jornalistas Jessica Lewis, vice-secretária de Estado para Assuntos Político-Militares.
O valor dos armamentos cuja exportação está atrasada foi avaliado em quase US$ 19 bilhões (R$ 98,65 bilhões). Os armamentos incluem mísseis antinavio Harpoon, caças F-16, lançadores múltiplos de foguetes Himars e mísseis Javelin e Stinger.
O representante Mike Gallagher, presidente do novo Comitê Seleto sobre a China da Câmara dos Representantes, instou em uma declaração, após sua recente visita de quatro dias a Taiwan, que "devemos mover o céu e a terra para limpar os quase US$ 19 bilhões em atraso de itens de vendas militares estrangeiras que foram aprovadas, mas não entregues a Taiwan".
Política chinesa de Washington
Apesar de Joe Biden, presidente dos EUA, endurecer ainda mais a política chinesa em relação ao seu antecessor Donald Trump (2017-2021), os membros republicanos do Congresso norte-americano creem que o mandatário não está ajudando suficientemente Taipé do ponto de vista militar.
Segundo quatro deles, o presidente dos EUA deve reforçar a "ajuda de segurança internacional", incluindo para Taiwan, e cumprir uma solicitação do Congresso dada há alguns meses, que requer uma lista de capacidades críticas para Taipé se defender de um ataque.
Um dos problemas mais destacados para a falta de capacidade de fabricação militar no país norte-americano foi a concentração de empreiteiras nas últimas décadas, que reduziu a concorrência.
As dificuldades de produção militar dos EUA também têm sido agravadas por uma corrida de armamentos e pelo apoio militar ocidental à Ucrânia, que se intensificaram após o começo da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022.