Nos últimos meses, os países europeus viveram uma crise energética devido aos altos preços do gás e da eletricidade. A indústria alemã também tem que contar com a situação atual da área energética do país, que já afeta o número de empregos no mercado de trabalho.
Como demonstra o caso da Badische Anilin & Soda Fabrik — BASF (Fábrica de Anilina e Soda de Baden), uma das maiores do setor industrial da Alemanha que está sendo forçada a cortar custos.
De acordo com a AFP, devido aos altos preços da energia, a BASF está sendo forçada a fechar várias unidades de produção em sua histórica fábrica de Ludwigshafen. Entre elas está a unidade que se concentra na área de amônia e outra dedicada à produção do plástico de diisocianato de tolueno (TDI, na sigla em inglês).
Agora, a competitividade da BASF está ameaçada com os novos regulamentos, levando à necessidade de passar por processos de autorização, além de ter de lidar com "custos elevados na maioria dos fatores de produção", disse o presidente e CEO da empresa, Martin Brudermuller, citado pela AFP.
O executivo destacou que anteriormente o gás russo era "a base da competitividade do nosso setor". Mas, devido aos cortes drásticos no seu fornecimento à Alemanha, causados entre outras coisas pelo ataque terrorista contra os gasodutos Nord Stream (Corrente do Norte), o país europeu perdeu a fonte dessa base.
De acordo com a empresa, medidas que visam a economia de recursos vão se implementadas a partir de 2025 para economizar cerca de € 500 milhões (aproximadamente R$ 2,7 bilhões) todos os anos e € 200 milhões (pouco mais de R$ 1 bilhão) suplementares.
Os países europeus vivem uma crise energética graças às restrições aos combustíveis russos devido à operação militar especial na Ucrânia lançada em fevereiro de 2022. O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que as sanções foram um duro golpe para toda a economia mundial e também apontou que o Ocidente pretende piorar a vida de milhões de pessoas.
Segundo ele, uma agressão sem precedentes foi desencadeada contra Moscou através das sanções com o objetivo de esmagar a economia russa no curto prazo, "derrubando a moeda nacional, o rublo, por meio do roubo de nossas reservas cambiais e causando uma inflação destrutiva". No entanto, enfatizou, o plano do Ocidente não teve sucesso.