Em entrevista para o jornal Estadão neste domingo (26), Mauro Vieira afirmou que os BRICS podem criar um "ambiente confortável" para as negociações de paz na Ucrânia.
Ele defendeu a estratégia lançada pelo Brasil na última semana, que pretende criar um grupo de países "não envolvidos" para negociar o fim das hostilidades.
Para ele, China, Índia e África do Sul podem auxiliar nas discussões para o fim do conflito ucraniano. O chanceler lembrou que os países que compõe a aliança não confrontam a Rússia nas votações da Organização das Nações Unidas (ONU).
"É preciso que Estados Unidos e China entrem em sintonia porque, sem China, não há solução", defende o chanceler Mauro Vieira.
De acordo com a publicação, Vieira ainda "ousa admitir algo que os EUA, Europa e Ucrânia rejeitam peremptoriamente nas negociações": a possibilidade do Donbass "ser mais russo", ficando sob "controle da ONU por um tempo predeterminado".
Nesta quinta-feira (23), o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Mikhail Galuzin, disse que Moscou está avaliando a proposta apresentada pelo presidente do Brasil para a resolução do conflito na Ucrânia.
Galuzin frisou que a opinião do Brasil é importante para a Rússia, tendo em vista a parceria entre os dois países tanto no cenário bilateral quanto mundial.
Lula tem defendido a necessidade de se criar um grupo de países que não estão envolvidos no conflito para encontrar "possibilidades de fazer a paz". Mesmo com pressão do Ocidente para enviar armamentos e munições, Brasília mantém a posição neutra.
Em encontro com o presidente dos EUA, Joe Biden, em Washington, Lula pregou a criação do grupo e defendeu a presença da China nesse espaço.