Operação militar especial russa

Peskov: plano da China para pôr fim no conflito da Ucrânia é consistente com abordagem da Rússia

O porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, deu uma longa entrevista à mídia russa nesta segunda-feira (27), na qual versou sobre diversos temas da geopolítica global e os interesses de Moscou. Em termos de defesa, ele afirmou que o plano da China para encerrar o conflito na Ucrânia é consistente com a abordagem de Moscou no assunto.
Sputnik
Na última semana, o Ministério das Relações Exteriores da China disse, em um documento de posição sobre a situação na Ucrânia, que o diálogo e as negociações são a única saída para o conflito.
Peskov afirmou que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deixou de atuar como adversária da Rússia para se tornar inimiga, com a inteligência da aliança militar operando ininterruptamente em meio ao conflito ucraniano.

"Na verdade, a OTAN está, atualmente, [atuando] como um único bloco — não mais agindo como nosso oponente condicional, mas como nosso inimigo. Sua inteligência está trabalhando contra nós 24 horas por dia. Suas armas são fornecidas à Ucrânia gratuitamente para atirar em nossos militares, sem mencionar que eles atiram em cidadãos ucranianos, bombardeiam cidades e vilas ucranianas", declarou o porta-voz do presidente Vladimir Putin.

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Ele acrescentou que a sociedade russa está unificada diante de um novo confronto agressivo com o Ocidente coletivo.
"A sociedade está realmente consolidada diante de um novo confronto agressivo com o Ocidente coletivo que estamos enfrentando. E o nível [de apoio] é extremamente alto".
O oficial russo disse que o discurso de Putin à Assembleia Federal continha informações confidenciais para o Ocidente devido à sua repercussão imediata.

"A julgar pelo fato de que, uma hora após o mundo ouvir a decisão do presidente, testemunhamos declarações oficiais do secretário-geral da OTAN [Jens Stoltenberg], do Departamento de Estado dos EUA e da Casa Branca, essa certamente foi uma informação sensível para eles", disse Peskov. "Nas declarações, ouvimos uma condenação bastante intransigente da Rússia e a ausência de qualquer vontade de levar em consideração as preocupações da Federação da Rússia. Eles teimosamente não querem ouvir as palavras de Putin", acrescentou.

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Peskov disse que, para retornar à participação da Rússia no novo tratado START, o Ocidente coletivo liderado pelos EUA deve mudar sua abordagem conceitual para entender as preocupações de segurança da Rússia.
Em 21 de fevereiro, Putin fez um discurso na Assembleia Federal. Durante seu pronunciamento, o chefe de Estado anunciou que a Rússia estava suspendendo a participação no Novo Tratado START. No mesmo dia, Stoltenberg lamentou em nome da aliança a decisão da Rússia e instou Moscou a reconsiderá-la.
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Putin estava e continua aberto a qualquer contato que possa ajudar Moscou a atingir seus objetivos, acrescentou Peskov.
"O presidente Putin esteve e continua aberto a qualquer contato que possa ajudar a Rússia a atingir seus próprios objetivos de uma forma ou de outra. De preferência de forma pacífica, à mesa das negociações, mas quando isso não for possível, também por meios militares, o que vemos agora", disse Peskov, quando questionado se a Rússia está pronta para contatos com o Ocidente no contexto do conflito na Ucrânia.
Mais cedo, Putin disse que a Rússia nunca se recusou a negociar com a Ucrânia.

Plano de paz chinês

Na entrevista, Peskov declarou que o plano chinês para resolver a situação na Ucrânia em termos de garantia de segurança é consistente com a abordagem da Rússia.
Segundo ele, no entendimento de Moscou, a segurança de um país não pode ser garantida às custas da segurança de outro, explicou Peskov. Daí a necessidade da mudança de abordagem do Ocidente em relação às preocupações russas com a segurança e a soberania de seu território.
"Este é um ponto ideológico muito importante no plano chinês, que, claro, corresponde à nossa abordagem", observou.
Peskov disse que a posição da China é importante e elogiou Pequim por expressá-la.
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Apoio a voluntários e empresas privadas que atuam na operação especial

O porta-voz do Kremlin disse que a liderança russa acredita que as decisões sobre garantias sociais para funcionários de empresas militares privadas que participam da operação militar especial na Ucrânia serão tomadas em breve.
Anteriormente, o presidente Vladimir Putin, informou que as autoridades russas estão considerando apoiar os envolvidos na operação especial, tanto os voluntários quanto as empresas militares privadas.
"Partimos do fato de que certas decisões sobre este assunto serão tomadas em um futuro próximo. Todos nós ouvimos as palavras de Putin. Ele não citou muitas unidades que lutam heroicamente na frente, mas disse que expressa gratidão a todos."
Ele disse que o Kremlin está tentando acompanhar todas as discussões, incluindo o tema da operação militar especial da Rússia. Peskov disse que Putin recebe informações sobre a operação de várias fontes, incluindo ministérios, agências, mídia e organizações públicas, e usa muitas ferramentas.
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Porta-voz não confirma candidatura de Putin nas eleições presidenciais de 2024

O presidente russo Vladimir Putin ainda não fez nenhuma declaração sobre sua candidatura nas eleições presidenciais de 2024 e tem muitos outros assuntos para se concentrar no momento, disse Peskov na entrevista à mídia russa.
"No final, em meados do segundo semestre deste ano, entraremos na temporada eleitoral de uma forma ou de outra. Até agora, não há clima pré-eleitoral ou eleitoral. Putin tem muito o que fazer. Ele definitivamente não está pensando nisso agora. Não ouvimos dele [Putin] até agora, quaisquer declarações em que ele falasse sobre nomear ou não nomear sua candidatura. Ainda é um pouco prematuro. É preciso ser paciente."
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