Ciência e sociedade

Primeiros europeus usavam arcos e flechas 40.000 anos antes do que se pensava, diz estudo (FOTOS)

Pesquisadores estudaram uma caverna em França, que foi descoberta como tendo uma cultura pertencente a 54.000 anos atrás, muito antes da evidência existente sobre a presença de arcos e flechas na Europa.
Sputnik
Os europeus usavam arcos e flechas há 54.000 anos, dezenas de milhares de anos antes do que era pressuposto até agora, apontou um estudo publicado na revista Science Advances.
Para determinar isso, antropólogos da França e dos EUA realizaram uma análise funcional de mais de 1.500 pontas de pedra na caverna de Mandrin, França, escreveu na quarta-feira (22) o portal EurekAlert.
Como as tecnologias do arco e flecha são baseadas no uso de madeira, fibras, couro, resinas e tendões, que raramente são preservados, o reconhecimento arqueológico destes é difícil. No entanto, com base na análise de artefatos de pedra, ou sílex, o arco e flecha é bem documentado na África e remonta a 70.000 anos atrás.
Os pesquisadores concluíram a partir da descoberta de arcos e flechas encontrados em turfeiras em Stellmoor, Alemanha, que esta tecnologia data de 10.000 a 12.000 anos atrás, durante o período Paleolítico Superior europeu.
(A) Ponto grande (1); versus nanoponto (2). (B) micropontos e nanopontos neronianos; (1 a 3) nanopontos alongados; (4) nanopontos pontiagudos; (5 e 6) nanopontos; e (7 e 8) micropontos. A escala gráfica é de 1 cêntimo de euro (diâmetro, 16,25 mm)
As descobertas foram feitas no mesmo nível arqueológico atribuído à cultura neroniana, dos humanos modernos do continente europeu que ocuparam esta caverna há 54.000 anos. Isto permitiu determinar que a era do arco e flecha na Europa fosse datada mais de 40.000 anos antes do que se pensava anteriormente.
O tamanho muito pequeno, e particularmente a pequena largura dos artefatos de pedra, 30% dos quais pesam pouco mais do que algumas gramas, significa que não podiam ter nenhum outro modo de propulsão balística.
"Não podíamos atirá-las aos animais de outra forma que não fosse com um arco, porque eram muito pequenas e muito leves para serem eficientes. Tínhamos que usar este tipo de propulsão", comentou Laure Metz, da Universidade Aix Marseille, França, coautora do estudo, à agência francesa AFP.
"A única forma de funcionar era com um arco", sublinhou.
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