Panorama internacional

MRE português: acordo Mercosul-UE acontecerá 'muito em breve' porque Europa tem 'pressa geopolítica'

Chancelaria portuguesa diz que acordo está "muito próximo" de ser ratificado e que cálculo geopolítico feito pela Europa pede que o pacto seja fechado com agilidade, diante do afastamento entre América do Sul e Europa e a influência dos EUA e China na região.
Sputnik
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, disse em entrevista publicada nesta quarta-feira (1º) pelo colunista Jamil Chade do UOL, que o acordo Mercosul-União Europeia está "muito próximo de acontecer", e que o bloco europeu enviará ao Brasil uma missão para lidar com os últimos impasses.
"Estamos muito próximos de um acordo. Não falta muito. Entendi que existe, no Brasil, uma grande vontade de finalizar o acordo e que é preciso ainda algumas afinações", afirmou o ministro acrescentando que "obviamente, o Brasil não está sozinho e temos a Argentina, Paraguai e Uruguai, mas acredito que Brasil e Portugal podem ajudar a ser intérpretes. Nós podemos ajudar na Europa a interpretar a posição brasileira e do Mercosul e podemos ajudar moldar a resposta europeia às posições do Mercosul".
Ao mesmo tempo, Gomes Cravinho expressou preocupação com perda de espaço dos europeus do mercado brasileiro nos últimos dez anos, ressaltando que o pacto não só é comercial como estratégico.
"Neste momento, temos uma janela de oportunidade que dificilmente se repete. Perdeu-se muito tempo e terreno. Há dez anos, a Europa era o maior parceiro comercial do Brasil e da América Latina. Hoje, está atrás dos EUA e da China. E a melhor maneira de recuperar isso é por meio de um acordo."
O chefe da diplomacia portuguesa também ressaltou que para o pacto andar é preciso compromisso, e que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva "sublinhou esse compromisso".
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Entretanto, apesar da torcida e espontaneidade do chanceler, outros países ainda demonstram uma certa oposição, como a França. No último final de semana, o presidente do país, Emmanuel Macron, voltou a relacionar o acordo com questões ambientais demonstrando que Paris ainda não está certa sobre finalmente ratificar o acordo, conforme noticiado.
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